O presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Franklin Moreira, analisou nesta quinta-feira (28), no auditório do STIU-DF, o cenário político em que se encontra o setor elétrico durante o primeiro dia de debate do XXXI Encontro Nacional dos Trabalhadores de Furnas. Relembrou a campanha salarial do ano passado, destacou as questões da PLR e PDV, assim como as dificuldades que a categoria tem passado no Congresso Nacional, com a forte atuação do governo.

Franklin avaliou que houve avanços importantes para os trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico nos governos do ex-presidente Lula. Por outro lado, nesses primeiros anos de governo Dilma houve mudanças de prioridade na política econômica que desfavoreceram a classe trabalhadora eletricitária.

“Sob o argumento de que o ciclo de crescimento do mercado interno se esgotou, o governo tem dado prioridade em investimentos privados e parcerias público-privada”, disse Franklin. “As estatais também precisam de recursos para fazer frente nessas parcerias”, acrescentou.

Ele também lembrou a grande dificuldade que foi a campanha salarial de 2012, quando as negociações não avançavam. “O governo queria corrigir apenas a inflação, mas já vínhamos há anos sem ganho real. Não podíamos admitir mais um ano sem um reajuste condizente. A greve de 12 dias só ocorreu devido à posição inflexível do governo, que teve que ceder frente à mobilização da categoria”, frisou o presidente da FNU.

PLR

Sobre a Participação dos Lucros e Resultados (PLR), Franklin pontuou que está esperando uma resposta da Eletrobras, para saber como se dará o pagamento do balanço do ano passado. “Estamos pressionando, pois se não tivermos o pagamento nos moldes dos anos anteriores será o mesmo que jogar gasolina na fogueira”, destacou.

PDV

Segundo Franklin, a campanha salarial ocorrerá no meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV) que está sendo implementado pelo governo. Na avaliação do presidente da FNU, isso pode prolongar a Database, a exemplo do ano passado.

O presidente destacou ainda que não há trabalhadores ociosos no Sistema Eletrobras, como vem falando setores do governo. “Não concordamos com essa visão. Por isso, não vamos aceitar que haja pressão do governo ou das empresas em cima dos trabalhadores para que façam adesão involuntária a esse PDV”, disse.

Periculosidade

Durante a exposição, Franklin citou estudo do DIAP que revela que parlamentares da base sindical estão cedendo as pressões do governo. “O governo está atuando fortemente no Congresso, fazendo com que lideranças sindicais vote contra os trabalhadores. Em vários casos tem sido assim, o último foi a aprovação da nova Lei da Periculosidade, extremamente danosa para a categoria”, alertou.