Estudos realizados pelo Operador apontam para uma redução na capacidade de fornecimento de energia gerada pelas hidrelétricas

O diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico, István Gárdos, afirmou na última quarta-feira, 23 de maio, que caso a hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW) não seja construída, a sociedade terá que arcar com o custo ambiental de térmicas. O executivo participou de debate com parlamentares da Comissão de Meio Ambiente do Senado, que fiscaliza as obras de construção da usina.

Segundo Gárdos, estudos realizados pelo ONS apontam para uma redução na capacidade de fornecimento de energia gerada pelas hidrelétricas nos próximos anos, caso a matriz não seja ampliada. O executivo afirmou que a capacidade de acúmulo de água pelos reservatórios, que hoje é de seis meses, pode ser reduzida para três meses e meio em 2019. “O que nos preocupa é a questão da perda da regularidade”, completou.


O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, que também esteve no evento, destacou que, sem a construção de Belo Monte, o Brasil precisaria investir na construção de 19 termelétricas. Tolmasquim afirmou ainda que os debates sobre a construção da usina já levaram à decisão de reduzir a capacidade máxima de geração de energia para cerca de 11 mil MW, a fim de preservar parte da área que seria atingida pelos reservatórios.

De acordo com Tolmasquim, as adequações feitas ao longo do tempo abandonaram a ideia de construção de grandes reservatórios ao redor do Rio Xingu, optando por um canal que propiciará mais disponibilidade de água aos ribeirinhos no período da seca. Segundo o presidente da EPE, a adequação aumentou o custo da obra de R$ 2 bilhões para cerca de R$ 3 bilhões.


(Agência Canal Energia e Agência Brasil, 24.05.12)