fnuNos dias 29 e 30 de março foi realizada na cidade de São Luís, Maranhão, a reunião do Planejamento Estratégico da Campanha 2012 dos(as) trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras. Os dois dias de extensos debates apontaram as estratégias a serem utilizadas na mesa de negociação pelo Coletivo Nacional dos Urbanitários, com o objetivo de conquistar um ACT justo, capaz de reconhecer a importância dos(as) trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras.
No que diz respeito à conjuntura nacional, o técnico do DIEESE Subseção FNU, Gustavo Portela, fez uma ampla apresentação e apontou os desafios para a categoria neste ano em que os cenários nacional e internacional encontram-se em clima de incerteza. Um fator que deve impactar as negociações é a indefinição, até o momento, sobre a renovação das concessões do setor elétrico.
É importante lembrar que no primeiro semestre de 2011, durante as negociações do ACT, o governo preferiu apostar na austeridade fiscal e nas medidas conservadoras para conter a inflação. Ou seja, nós trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras pagamos a conta sem ter o ganho pretendido, o que não aconteceu no segundo semestre, quando diversas categorias conquistaram acordos com ganhos acima da inflação.
Esse planejamento mostrou que os(as) trabalhadores(as) estão no caminho certo ao participarem em grande número das atividades, fazendo suas propostas, sugestões e intervenções, deixando claro que, apesar dos obstáculos, será possível avançar com organização e muita luta. Neste ACT 2012 que se inicia, a categoria deve estar preparada e unida para enfrentar o discurso das empresas e da Holding, que certamente vão querer impor à classe trabalhadora o arrocho salarial e a redução de benefícios. Vamos à luta, pois sem mobilização não há vitória!

TRABALHADORES(AS) CONTINUAM NA LUTA POR SEUS DIREITOS

O CNE tem reafirmado sua luta pelo reconhecimento dos direitos dos(as) trabalhadores(as) do Sistema Eletrobras que não foram respeitados durante as negociações do ACT 2011. Em reuniões com a direção da Holding, cobramos: ganho real; melhoria na distribuição da PLR; tratamento não discriminatório para os dependentes especiais; plano de saúde para os aposentados; adoção pela Eletrobras da portaria interministerial que permite a flexibilização na administração de pessoal (a exemplo da Portaria 32/2001 vigente na Petrobras); mudança da data-base e pagamento do mérito de 1,5% (hum e meio por cento) para todos(as) os(as) empregados(as), exceto os casos previstos no Termo de Compromisso. Por fim, o documento cobra da Eletrobras uma definição sobre o acompanhamento do Acordo.
Todas essas reivindicações pendentes foram apresentadas à direção da Holding ao longo dos meses de novembro e dezembro do ano passado. Entretanto, nenhuma resposta concreta foi dada aos(às) trabalhadores(as) até o momento, a não ser o envio de um ofício em 12 de janeiro que, além de não atender a nenhuma das reivindicações, não honra nem o que apresentaram por meio do termo de Compromisso no que tange à distribuição do mérito – a direção da Eletrobras insiste em deixar de fora os que não aderiram ao PCR (o que não consta no Termo ORIGINAL).
Vamos continuar cobrando os nossos direitos, custe o que custar.

Pelo fim dos privilégios na Eletrobras e a valorização dos(as)trabalhadores(as)

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) entende que já passou da hora de o Sistema Eletrobras valorizar de fato o seu maior “patrimônio”, que são os(as) trabalhadores(as) da empresa. Afinal, não se faz uma Eletrobras mais forte e respeitada usando apenas discursos populistas e publicidade paga. Reunir-se com os(as) trabalhadores(as) para discutir seus problemas não é um favor, mas sim uma obrigação.
Porém, para nossa decepção, a prática mais recorrente dessa gestão é o chamado “jogo de empurra”, ou seja, ninguém assume nada. Diretores só querem o bônus, por meio de polpudas gratificações, e ainda vêm falar de cortes. O CNE topa discutir cortes, a começar pelos cortes nas gratificações, nos gastos com serviços de terceiros – que nas empresas do Sistema Eletrobras são superiores ao plano de saúde dos(as) trabalhadores(as) –, corte nas contratações de consultorias etc.. “Gordura” tem demais para cortar: basta ter seriedade e transparência na gestão. É por essas e outras que sempre defendemos que os gestores das empresas devem ser do quadro próprio.
Fica cada vez mais claro que não precisamos de dirigentes nomeados para gerirem nossas empresas, precisamos de pessoas competentes e de carreira, que não tenham medo de assumir compromissos e, principalmente, de honrá-los depois. Queremos o fim da farra de privilégios. Queremos uma direção que negocie olho no olho e não nos bastidores, procurando influenciar até mesmo as eleições para o Conselho de Administração, como aconteceu recentemente na Holding.


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