A decisão do governo do Distrito Federal de cortar gastos com pessoal foi tema de debates na sessão ordinária desta quinta-feira (1°) na Câmara Legislativa. O GDF pretende economizar R$ 153 milhões para não atingir o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com servidores públicos. Entre as medidas estão a redução de 10% nos salários do primeiro escalão, congelamento de concursos e nomeações, fim dos reajustes e horas extras e demissão de 2 mil comissionados.
Celina Leão (PSD) culpou o aumento do vencimento dos cargos comissionados como responsável pelos problemas de caixa. “O governador diminuiu o número de comissionados, mas dobrou o valor das comissões. Vou entrar com uma ação popular para que os cargos voltem a ter os vencimentos anteriores. Só assim o governo vai poder voltar a negociar reajustes com os servidores públicos”, afirmou a distrital.

Já Liliane Roriz (PSD) disse que a decisão do GDF “é muito preocupante para a cidade” e vai impactar negativamente a economia local. “Os servidores estão sendo penalizados e o governo volta a falar de terceirizações, o que vai prejudicar a cidade. Antes não podia e agora pode?”, questionou Liliane, referindo-se ao posicionamento histórico do Partido dos Trabalhados, contrário à terceirização.

A defesa do governo foi feita pela deputada Arlete Sampaio (PT), que argumentou a necessidade de “reparos” no discurso de Celina Leão. Arlete explicou que os reajustes foram apenas nos cargos comissionados mais elevados, como de secretário, subsecretário, diretor. O objetivo seria conseguir mão de obra qualificada, uma vez que as os vencimentos estavam defasados.

“O que gerou esta situação complicada foram os reajustes salariais concedidos por governos anteriores –  e que foram cumpridos pelo governador Agnelo. Houve também uma desaceleração da receita”, ressaltou a distrital.

(Bruno Sodré de Moraes, Coordenadoria de Comunicação Social da CLDF, 1.°.03.12)