O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, reafirmou nesta quinta-feira, 24 de novembro, o posicionamento da empresa favorável à renovação das concessões de ativos do setor elétrico, que vencem a partir de 2015. O executivo participa do seminário “As Concessçoes no Setor Elétrico Brasileiro promovido pela universidade corporativa do grupo, em Brasília. Carvalho Neto garantiu não ter informações privilegiadas de como o governo está tratando o assunto, mas destacou que a questão das concessões merece um tratamento especial.
O executivo lembrou que da capacidade instalada do país de 110 GW, 22 GW são de empreendimentos com prazo de concessão vincenda em 2015. Desse total, 15 GW são do grupo Eletrobras, com destaque para Chesf e Furnas. Na transmissão estão enquadrados 73 mil quilômetros dos 100 mil km de linhas existentes e na distribuição são afetadas 37 das 64 distribuidoras.
Carvalho Neto disse ainda que é preciso dar tratamento diferenciado aos empreendimentos, como a hidrelétrica de Xingó, cujo o investimento não estará amortizado até o período previsto para o vencimento das concessões. O executivo calculou que o ativo imobilizado remanescente da Eletrobras seria de R$ 37 bilhões e a Reserva Global de Reversão, que seria usada em eventual pagamento desses ativos é de R$ 16 bilhões, sendo insuficiente para ressarcir o grupo.
Durante a apresentação no seminário, o presidente da Eletrobras destacou que as estatais federais têm grande papel na modicidade tarifária e que não se pode perder isso no processo de renovação das concessões. “Temos que buscar sim a modicidade tarifária, mas temos também que nos preocupar com a confiabilidade do sistema”, afirmou Carvalho Neto. Ele salientou ainda que a Eletrobras é responsável por 57% do sistema elétrico brasileiro e arrecada 43% das receitas.
Carvalho Neto frisou ainda que a não prorrogação pode parar o país devido a questões jurídicas. “Imagine as dificuldades que vamos ter com toda a querela jurídica, que isso vai gerar. Isso vai parar o país”, alertou.
(Sueli Montenegro, Agência CanalEnergia)
