Neste 28 de abril, data que marca o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, é fundamental chamar atenção para a realidade que permeia o setor elétrico brasileiro após a privatização do sistema Eletrobras e de outras empresas do ramo: o aumento significativo dos acidentes de trabalho, inclusive com mortes.
De acordo com levantamento da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), somente em 2023, o Brasil registrou 250 mortes causadas por acidentes com a rede elétrica. O número total de acidentes no setor chegou a 782 ocorrências, um aumento de 26 casos em relação ao ano anterior. O crescimento desses números é reflexo direto de práticas que vêm se intensificando após a privatização: diminuição do quadro de pessoal, terceirizações precárias, intensificação da cobrança por resultados e o avanço do assédio moral no ambiente de trabalho.
Preservar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras deveria ser a prioridade máxima das empresas. No entanto, a lógica do lucro imposta pelas privatizações tem colocado em risco a saúde física e mental dos eletricitários e eletricitárias. A diminuição de equipes, a sobrecarga de trabalho e o desmonte das políticas internas de segurança são fatores que contribuem para o aumento de acidentes e doenças ocupacionais.
O adoecimento ocupacional atinge trabalhadores expostos a riscos ambientais, como agentes químicos, físicos e biológicos, mas também decorre de condições organizacionais adversas — jornadas extenuantes, pressão excessiva e falta de pausas. Esse cenário agrava não só os riscos de acidentes, mas também a incidência de transtornos mentais e doenças crônicas relacionadas ao trabalho.
Defesa da saúde e segurança dos trabalhadores
Diante desse quadro, o STIU-DF reafirma sua histórica atuação em defesa da segurança e da vida da categoria. Em todas as suas frentes de luta, o STIU tem denunciado as condições de risco impostas pelas privatizações, exigido a responsabilização das empresas e cobrado a implementação de políticas efetivas de saúde e segurança no trabalho.
Fortalecer o sindicato é fortalecer a luta pela vida. A atuação coletiva é essencial para garantir:
- A ampliação das políticas públicas de proteção aos trabalhadores;
- O cumprimento rigoroso das normas regulamentadoras de saúde e segurança;
- A fiscalização intensiva das condições de trabalho, especialmente em setores estratégicos como o elétrico;
- A valorização dos trabalhadores, com salários dignos, jornadas justas e ambiente de trabalho saudável.
Essa data nos lembra que por trás de cada estatística há uma vida interrompida, uma família dilacerada e um direito fundamental violado. A memória das vítimas impõe a todos nós a responsabilidade de seguir lutando para que nenhum trabalhador ou trabalhadora precise arriscar a vida para garantir o próprio sustento. O STIU continuará firme na defesa da categoria e na exigência de que a segurança e a saúde sejam prioridade absoluta, não apenas discurso vazio para cumprir protocolos.
Trabalho seguro é direito! Proteção acima do lucro!