A Páscoa simboliza a renovação e o renascimento. É um período para refletir sobre as mudanças em nossas vidas, sobre os ciclos que se encerram e os novos que se iniciam. É um convite para renovar as esperanças e os sonhos. Um processo que pode ser feito internamente, com nossa família, mas também em nosso ambiente de trabalho.

A privatização da Eletrobras trouxe uma nova realidade para as trabalhadoras e trabalhadores que compõem o quadro da maior empresa de energia elétrica da América Latina. Toda nova realidade precisa ser encarada de frente, e, muitas vezes, as saídas não aparecerão sozinhas. Ter um coletivo, uma rede de apoio ajuda muito a enxergar saídas e processos que não conseguimos ver sós.

A entidade sindical tem esse papel. A luta corporativa se faz da união das vontades e quereres de um coletivo, a soma de muitas vozes manifestadas em uma direção. Um grupo de amigos tem esse papel. A família tem esse papel. Um profissional habilitado tem esse papel. O desafio é sair do nosso quadradinho, estender a mão e seguir em frente, em coletivo, em busca de um ambiente melhor.

Infelizmente, a cultura que se implanta na empresa é a cultura do medo, da ameaça. Percebemos as pessoas com receio de conversar até com o colega do lado sobre o que verdadeiramente pensa dos processos que estão sendo implantados. Isso traz tristeza e desesperança e esses sentimentos são levados conosco para o nosso lar.

O desafio é olhar para o lado e para a frente, apesar das dificuldades e do cenário, se todos agirmos assim a cultura do medo é travada. Termos consciência dos nossos direitos e saber como atuar a partir dessa consciência é essencial para o processo. Nesse sentido, preparamos uma pequena cartilha sobre o Assédio Moral. Acesse, leia, se informe e denuncie

O papel do sindicato será acolher essa força coletiva, e, a partir dela, gerar resultados. Na próxima semana teremos a primeira reunião de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e sabemos que não será um processo fácil. Nunca o foi e nunca será. Mas a partir da força do coletivo, conquistamos e mantemos um ACT digno e justo à categoria eletricitária.

Não podemos aceitar como normal que uma Diretora de uma empresa do porte da Eletrobras manifeste com naturalidade que é contrária às políticas afirmativas, é a diversidade que constrói bons rumos nas maiores empresas do mundo. Não podemos aceitar como normal que digam que o plano de carreira será individual, ninguém trabalha sozinho, o resultado é construído pela união de todos.

Nesta Páscoa, celebre, reflita e se desafie a sair do quadradinho. Vamos juntos construir a luta em defesa de nosso acordo. O primeiro indicador de qualidade deve ser aquele que olha para quem constrói a empresa, que olha para dentro. As verdadeiras mudanças se dão de dentro para fora. Categoria valorizada resulta em uma empresa forte. Queremos a Eletrodignidade!

Feliz Páscoa!