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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu na manhã desta sexta-feira (6), a primeira reunião ministerial do seu terceiro mandato lembrando o compromisso assumido durante a campanha eleitoral da volta do crescimento, da geração de empregos e do crescimento da massa salarial.

Em seu discurso, Lula lembrou que a tarefa dele e do ministério é árdua, mas é nobre “por que a gente vai ter que entregar esse país melhor, mais saudável do ponto de vista da saúde, do ganho da massa salarial, mais saudável do ponto de vista da educação e do ponto de vista da civilidade”.

É possível a gente fazer a economia voltar a crescer com muita responsabilidade, com distribuição de renda e de riqueza. É a gente gerar empregos que garantam ao trabalhador um pouco de seguridade social

– Lula

O presidente também afirmou querer investir muito no sistema corporativo , no micro e pequeno empreendedor, no pequeno e médio empresário, mas quer que o trabalhador tenha um mínimo de segurança social.

“Que [o trabalhador] tenha garantia de previdência, de registro,  garantia de que se por algum motivo ele estiver impossibilitado de trabalhar o Estado garanta a ele o mínimo de segurança porque senão, a gente não terá o mundo de trabalho sim o mundo de barbárie”.

O presidente afirmou que buscou ministros que pensam diferentes, mas que o importante é que pensando diferente, se façam esforços para que se pense igual para a reconstrução do Brasil.

Educação

Lula pediu ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT) uma reunião entrre os dois para que ele apresente as obras na área que precisem ser retomadas com urgência.

O presidente também pediu que o ensino básico seja reforçado, que o estudante saia melhor preparado da escola para que ele seja um melhor profissional e com melhores perspectivas de futuro.

“O que dá mais que dá mais orgulho ao povo é trabalhar, receber seu salário sustentar sua família e essa é a forma mais dignificante para um trabalhador e trabalhadora”, disse.

Cultura

À ministra da Cultura, Margareth Meneses, o presidente disse que o povo precisa de cultura porque parte da violência que existe no país vem pela ausência do Estado no cumprimento das suas obrigações.

“Está faltando escola, saúde, lazer, esporte, faltando quase tudo. Um jovem da periferia que mora num barraco de 3 a 4 m², quando vai para a porta não tem um metro quadrado para ele brincar; que jovem nós estamos criando; que cidadão brasileiro estamos criando?, questionou.

Ao invés de culpar o povo pobre da periferia, tem de culpar a ausência do Estado, e nós vamos fazer um esforço para estar presente aonde o povo precisa de nós. Esse é um compromisso que não arredo pé

– Lula

Saúde

Se dirigindo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o presidente lembrou os avanços dos seus governos anteriores com o Samu, o Farmácia Popular e outros que foram destruídos por seu antecessor.

“Tivemos avanços importantes que simplesmente foram destruídos em nome de combater qualquer coisa, de tirar a verdade daquilo que estava dando certo”, declarou.

Mensagem ao agronegócio

Lula ressaltou ainda que fica “muito feliz” quando vê um homem do agronegócio no ministério da Agricultura como Carlos Fávaro, mas, disse, que  é preciso que as pessoas sérias, os homens de negócios que têm a  responsabilidade da produção de alimentos possam produzir sem a necessidade de adentrar a floresta amazônica, o pantanal  ou qualquer outro bioma que precisa ser protegido.

Segundo Lula os empresários que respeitarem as leis serão bem tratados em seu governo, mas os que invadirem terras e destruírem o meio ambiente responderão de acordo com a lei.

“Será por nós muito respeitado e bem tratado aqueles que respeitarem as leis,  mas quem quiser queimar e continuará sobre eles e nós vamos exigir o que não vale é o cidadão e a nossa legislação”.

“Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque, neste país tudo vale, a única coisa que não vale é o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação”, afirmou .

Relação com o Congresso

O presidente alertou aos ministros que é preciso ter uma boa relação com deputados e senadores para que os projetos de interesse da população brasileira sejam aprovados pelo Congresso Nacional. Ele também alertou que os ministros que não tiverem um bom desempenho no comando de suas pastas ou os que se envolvam em ações ilícitas serão “gentilmente” convidados a se retirar do seu governo.

“Todo mundo sabe da nossa responsabilidade, da nossa obrigação de fazer as coisas da melhor forma possível. Quem fizer coisa errada, a pessoa, da maneira mais educada possível, será convidada a deixar o governo. E se cometeu algo grave, deve se colocar diante das investigações e da própria justiça”.

Lula, no entanto, disse que estará apoiando cada um dos ministros nos momentos bons e nos ruins. “Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada. Vocês foram chamados porque tem competência e porque foram indicados pelas organizações políticas que vocês pertencem, e eu respeito muito isso, e portanto, estejam certos que vocês terão em mim, se possível, um irmão mais velho, um pai e os tratarei como uma mãe trata os filhos, com muito respeito e  muito educação, exigindo muito trabalho de cada um”.

Críticas ao ódio estimulado por Jair Bolsonaro

O presidente criticou, sem dizer o nome de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), o ódio pregado por ele, que dividiu famílias e amigos. Para Lula está na hora de apaziguar o Brasil.

“É preciso acabar com as brigas familiares. Nos últimos quatro anos teve família que pais não conversavam mais com os filhos; que o que sogro não conversa mais com nora; que a nora não conversava mais com a sogra; que filho não conversava com o pai; o irmão não conversava com o irmão; o primo não conversava com prim. Tudo estabelecido pelo ódio que foi colocado em  prática por esse governo”, afirmou.

Lula ainda lembrou as quase 700 mil mortes no país causada pela negligência de Bolsonaro no combate à pandemia.

“Um governo autoritário que é responsável pela morte das mortes 700 mil pessoas por desleixo, por desrespeito e por muito ignorância do conjunto do governo”, afirmou

Via Central Única dos Trabalhadores.