O assédio moral no ambiente de trabalho é um dos crimes mais cometidos dentro da empresa. Na maioria das vezes ocorre de maneira velada e pelos superiores hierárquicos da empresa, comprometendo a saúde mental e física dos assediados, trazendo como consequência a depressão, a angústia e outros danos psíquicos. O objetivo é desestabilizar a relação da vítima com o ambiente de trabalho, forçando-o a desistir do emprego.

Infelizmente após a privatização da Eletrobras, um número considerável de gestores da Eletronorte da sede e das regionais, provavelmente orientados pela diretoria da empresa, têm de forma ostensiva, praticado assédio moral nos seus subordinados, principalmente contra os trabalhadores aposentados ou aposentáveis, os mais vulneráveis ao desligamento, que está em curso nas empresas do grupo Eletrobras.

A Intersindical Norte – Sindinorte tem recebido diversas denúncias de que os gestores da empresa estão entrando em contato com os seus subordinados e de forma explicita e sem rodeios indagam se são aposentados ou aposentáveis e em caso de pertencerem a esse grupo de trabalhadores, se vão aderir ao Plano de desligamento Voluntário – PDV, pois caso contrário serão sumariamente desligados da empresa. Um comportamento deplorável dos gestores que se prestam a esse tipo de conduta, tentando com isto garantir os seus “carguinhos” às custas do sofrimento dos trabalhadores.

Em um momento conturbado e de péssimo clima organizacional e de grandes preocupações por parte dos trabalhadores, quanto à preservação de seus empregos, esse assédio moral, disfarçado de pergunta, soa como uma “pena de morte”, deixando o trabalhador ainda mais deprimido e angustiado. Em um momento em que o trabalhador mais precisa do apoio da empresa, infelizmente, ele é descartado e abandonado à sua própria sorte. Mas os sindicatos continuarão lutando pela manutenção dos empregos, ou no mínimo, por um tratamento respeitoso e por um PDV que valorize esses profissionais que construíram a maior empresa de energia elétrica da América Latina.

O que chama a atenção é que essa pergunta está sendo feita em um momento completamente inapropriado, já que as condições do PDV ainda não foram divulgadas pela empresa e, por isto mesmo, os trabalhadores não têm condições de avaliar se devem ou não aderirem ao PDV. Uma decisão dessa magnitude não pode ser tomada baseada em “boatos de corredores” ou mesmo em cima da pressão de gestores, mas fundamentada em fatos e dados, principalmente as condições em que o PDV será ofertado. Perguntar aos trabalhadores se vão ou não aderir ao PDV, antes da divulgação de todas as informações relativas ao PDV, é assédio moral e a empresa tem que mudar essa postura urgentemente, para evitar mais danos aos seus trabalhadores. Atitudes como essa, só servem para piorar, ainda mais, o péssimo clima organizacional da empresa, trazendo desnecessariamente mais sofrimento físico e mental aos trabalhadores, que não suportando mais essa pressão e para evitar ficarem doentes, acabam desistindo de seus empregos, o verdadeiro objetivo da empresa. Podem ter certeza, o sindicato lutará contra esse inexplicável e deplorável assédio moral, que visa a demissão dos trabalhadores e irá às últimas consequências para denunciar esse crime de assédio moral e tortura.

É importante que os diretores da Eletronorte entendam que, no mínimo, os trabalhadores devem ser tratados com dignidade e respeito por tudo que fizeram pela empresa, colocando-a no mais alto patamar, entre todas as empresas de energia elétrica da América Latina.

Em vez de assediar moralmente os trabalhadores, expondo-os a doenças sérias e perigosas, que podem incapacitá-los permanentemente ou até levá-los a morte, a empresa deveria fazer gestões junto a Eletrobras para que o PDV seja elaborado de forma a valorizar os seus trabalhadores e que a divulgação do mesmo ocorra em um clima de cordialidade e respeito aqueles que construíram essa empresa, orgulho do povo brasileiro.

É imprescindível que, neste momento de grande angústia e preocupações por parte dos trabalhadores, a alta gestão da empresa não leve à frente esse vergonhoso assédio moral, que tem trazido muita infelicidade aos trabalhadores da Eletronorte. Caso a direção da empresa não tome as medidas necessárias para evitar a continuidade  desse assédio, ela estará sendo omissa e será responsabilizada por todos os danos causados à saúde física e mental dos trabalhadores.

É fundamental esclarecer que expor os trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras é assédio moral e pode ter como consequência sanções e penalidades severas, tanto para a empresa, quanto para os gestores, responsáveis por esses atos.

ACT PREVÊ APURAÇÃO DE ASSÉDIO ATRAVÉS DE COMISSÃO PARITÁRIA

É importante ressaltar que a maioria dos gestores da ELETRONORTE não tem a prática de cometer Assédio Moral, mas infelizmente, nestes tempos sombrios, alguns estão praticando este  grave crime e o SINDINORTE, tomará todas as medidas necessárias para que isto não volte a ocorrer.

Os sindicatos que compõem o SINDINORTE estão identificando os nomes dos gestores que estão cometendo assédio moral e solicitará a criação de comissão paritária, conforme previsto na Cláusula Décima Oitava – Assedio Moral do ACT Especifico, para em conjunto com o SINDINORTE apurar as denuncias e indicar as ações e medidas a serem adotadas para coibir essa prática execrável

DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO. DENUNCIE QUALQUER TIPO DE ASSÉDIO AO SEU SINDICATO, QUE TOMARÁ TODAS AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS.