Washington – O risco de um default dos Estados Unidos, que teria consequências desastrosas, continuava assombrando a economia mundial nesta quinta-feira (21/7), na ausência de um acordo para elevar o limite da dívida entre Barack Obama e seus rivais republicanos do Congresso.

A Casa Branca informou nesta quinta-feira que “não há avanços a reportar” nas negociações em curso, desmentindo versões sobre um acordo próximo. “Não há avanços a serem anunciados (…), não estamos perto de um acordo”, disse o porta-voz do presidente Obama, Jay Carney, apesar de considerar que um acordo continua sendo possível 12 dias antes da data limite de 2 de agosto, na qual o país pode ficar em default.

Por sua vez, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, também negou que um acordo esteja próximo, mas seu gabinete completou em um comunicado: “mantemos as linhas de comunicação abertas”. “O Congresso tem apenas alguns dias, e não semanas, para tranquilizar os mercados sobre o fato de que quando este grande país tem uma dívida, paga, e não dá as costas quando a fatura chega”, disse o líder da maioria democrata, Harry Reid, nesta quinta-feira diante do Senado.

Durante uma entrevista televisiva concedida à KABC de Los Angeles na quarta-feira à noite, Obama reafirmou sua confiança e sua determinação para chegar a uma solução. “Temos a intenção de conseguir”, declarou. “Escute, se cairmos em default em 2 de agosto, isso ficará parecido com o que aconteceu durante a queda do Lehman, mas com asteróides. Será um apocalipse financeiro”, advertiu nesta semana o economista Larry Summers durante uma conferência, em relação à quebra do banco Lehman Brothers.

Enquanto em Bruxelas os líderes dos países da Zona do Euro, reunidos nesta quinta-feira em uma cúpula de crise, se orientam para um acordo para reduzir a dívida colossal da Grécia, as discussões em Washington se prolongam. À medida que o tempo passa, Reid e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, continuam trabalhando em um “plano B”, apesar de os ultraconservadores o rejeitarem.

Esse plano daria a Obama o poder de aumentar em três etapas o limite da dívida antes de 2012. A Casa Branca está de acordo com a elaboração desse plano, apesar de o presidente levar a responsabilidade política do aumento do teto da dívida. Outras propostas estão sobre a mesa. As discussões entre o presidente Obama e o presidente republicano da Câmara continuam.

Boehner indicou nesta quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa, que seria “irresponsável” para a Casa Branca e o Congresso “não considerar estratégias de auxílio”. Ele reconheceu que alguns de seus colegas discordavam de qualquer tipo de compromisso. Mas completou que não pensa “que estes sejam majoritários”. Para Boehner, a bola está “no campo do presidente”, que deve envolver-se mais nas negociações.

Outro plano concebido por um grupo de seis senadores, tanto democratas como republicanos, conhecidos como “o grupo dos seis”, que prevê reduções de gastos de 3,6 a 3,7 bilhões de dólares em 10 anos, pareceu seduzir vários legisladores e até o presidente. Com efeito, as medidas propostas têm a vantagem de prever reduções orçamentárias, como desejam os republicanos, e novas receitas fiscais, como reclamam os republicanos, e novas receitas fiscais, como pedem os democratas.

(Agência France Press)