Todos nós sabemos que o governo Bolsonaro, numa sanha privatista, está passando por cima de tudo e de todos para privatizar a Eletrobras, o mais rápido possível, independentemente dos prejuízos que essa operação causará ao erário público e ao povo brasileiro. Para atingir esse nefasto objetivo, o governo ainda precisa resolver alguns problemas, como a autorização dos debenturistas de Furnas para o aporte bilionário na empresa Madeira Energia S.A (MESA), o atendimento das determinações e recomendações aprovadas pelos ministros do TCU, bem como contar com a ajuda do judiciário para evitar que os sindicatos, federações e partidos políticos não ganhem nenhuma das ações e denúncias que foram impetradas na justiça e que impediriam esse crime de lesa pátria.

Mesmo resolvendo todos os problemas pendentes, o governo terá que ofertar aproximadamente 800 milhões de ações primárias e secundárias para arrecadar cerca de R$ 30,7 bilhões, para que a participação acionária da União caia de 72% para 45%. É uma operação gigantesca em um momento relativamente fraco de mercado. Por isto mesmo o governo Bolsonaro está oferecendo as ações da Eletrobras para os mais diversos investidores do planeta, inclusive, para os trabalhadores do sistema Eletrobras, os principais prejudicados com essa possível privatização, além dos prejuízos ao erário e ao povo brasileiro.

Inacreditável a “cara de pau” do governo Bolsonaro em convidar os trabalhadores da Eletrobras para comprarem ações da sua própria empresa, através de um Fundo Mútuo de Privatização, e ajudarem na sua desestatização, utilizando até 50% do saldo do FGTS.

Em hipótese alguma os trabalhadores do Sistema Eletrobras podem aceitar participar desse crime de lesa pátria. Todos os trabalhadores devem dizer não à compra de ações da Eletrobras, pois essas ações estão sujas com o sangue dos próprios trabalhadores da empresa. A maioria dos trabalhadores, caso a privatização ocorra, serão demitidos e aqueles que permanecerem serão explorados e terão os seus salários reduzidos, os seus benefícios sociais retirados e as condições de trabalho deterioradas. É fato, aqueles trabalhadores que comprarem ações da empresa estarão contribuindo com a sua privatização e ajudando na sua própria demissão e nas demissões de seus colegas de trabalho. Além disto estarão ajudando o governo Bolsonaro a entregar, a preço de “banana” a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a piorar a qualidade dos serviços públicos de transmissão e geração de energia elétrica e a aumentar a conta de luz dos brasileiros.

E para aqueles que mesmo sabendo que vão estar financiando a Privatização, e querem embarcar nessa furada, registramos o alerta: quem comprar (caso a operação ocorra) ações por FGTS, não poderá se desfazer destas ações por um ano. Se nesse período ocorrer um processo de reversão da privatização e da descotização, os acionistas de FGTS não poderão negociar saída da operação. Mesmo em caso de desvalorização vertiginosa. O registro está feito para não dizer que não foram avisados.

Fazemos um apelo a todos os trabalhadores e trabalhadoras das empresas do Sistema Eletrobras, para que não participem desse processo de privatização criminoso da Eletrobras. Vender mais de 800 milhões de ações ordinárias, para captar cerca de R$ 30,7 bilhões não é uma operação fácil, nem para uma grande empresa como a Eletrobras. E nós, trabalhadores da Eletrobras, não podemos contribuir com esse crime de lesa pátria, comprando ações da empresa e facilitando a sua privatização.

DIGA NÃO A COMPRA DE AÇÕES DA ELETROBRAS. ELAS ESTÃO SUJAS DE SANGUE DOS TRABALHADORES DA EMPRESA!