Ontem, dia 20/04/2022, vencemos mais uma importante batalha na guerra contra a privatização da Eletrobras. Todos nós estamos radiantes de felicidades por mais essa conquista, mas não é hora de comemorar ou descansar, é hora de avaliar, corrigir erros e planejar os próximos passos. Por isto, hoje, dia 21/04, um feriado, o Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE, desde às 9h, já está reunido no STIU/DF para avaliar o julgamento da segunda Etapa, referente a análise da reestruturação societária, modelagem, valuation e preço mínimo das ações da Eletrobras e reorientar o nosso planejamento, levando em consideração a aprovação, pelo Plenário do TCU, do pedido de vistas do Ministro Vital do Rêgo, pelo prazo de 20 dias.

Foi uma vitória extraordinária dos trabalhadores e uma derrota para o governo Bolsonaro, que não mais poderá realizar a privatização da Eletrobras, até a data de 13 de maio deste ano, conforme planejado por esse governo entreguista. Além disso, as informações financeiras do quarto trimestre de 2021 não poderão ser mais utilizadas após 13 de maio, pois perdem o prazo de validade.

Agora, para dar continuidade ao processo de privatização, o governo terá que usar as informações financeiras do primeiro trimestre de 2022, podendo levar a oferta de ações para final de julho ou início de agosto deste ano. Vários estudos necessários à privatização terão que ser refeitos, pois foram elaborados com dados financeiros do quarto trimestre de 2022 e precisam ser atualizados com os dados de primeiro trimestre de 2022. É fato, o adiamento da votação da privatização da Eletrobras, por 20 dias, devido ao pedido de vistas do Ministro Vital do Rêgo, pode dificultar e até inviabilizar a desestatização da empresa em 2022.

A nova janela de oportunidade para o governo privatizar a Eletrobras, final de julho ou início de agosto, é bem mais difícil, pois este é um período mais turbulento nos mercados, já dentro do processo eleitoral, que tende a trazer mais dificuldades para o intento do governo, além de afastar os investidores estrangeiros. Por isto, companheiras e companheiros temos que festejar essa grande vitória, mas ter sempre em mente, que não ganhamos a guerra, mas apenas mais uma batalha, que temos de continuar atentos aos atos do governo, e preparados para os próximos desafios que teremos pela frente.

Agradecimento especial

Com certeza, não chegaríamos, onde chegamos, se não tivéssemos tido o apoio incondicional de alguns partidos políticos, entre eles, o Partido dos Trabalhadores (PT). Em muitos momentos de nossa luta, participamos de reuniões com a bancada de senadores do PT e com as assessorias parlamentares, e fizemos da liderança do PT, no senado, o nosso quartel general da luta contra a privatização. Isto não é uma apologia a um determinado partido político, não é uma campanha partidária, mesmo porque a nossa categoria é muito esclarecida e respeitamos as visões políticas diferentes que existem dentro de nossa categoria, mas não seria correto deixar de fazer esse reconhecimento público ao PT, por ter colocado, à nossa disposição, toda a sua estrutura partidária.

Diversos parlamentares, deputados e senadores dos partidos da minoria e oposição, sempre estiveram presentes nas nossas assembleias, atos, carreatas e reuniões em todo o país, agendaram reuniões importantes com ministros do TCU e contribuíram decisivamente para essa vitória parcial. Aos parlamentares que atuaram firmemente e foram decisivos para a nossa vitória parcial no TCU, os nossos sinceros agradecimentos e o nosso reconhecimento público pelo apoio incondicional à nossa causa. Com certeza, os eletricitários e o povo brasileiro saberão reconhecer a importância desses parlamentares para o Brasil e os reconduzirão ao Congresso Nacional, nas próximas eleições.

Reconhecer o empenho de todos e todas, que nos ajudaram neste processo, é uma obrigação moral de nossa parte. Muito obrigado aos valorosos parlamentares, em nome de toda a nossa categoria.

Ato histórico em frente ao TCU

O dia 20 de abril de 2022 será eternizado na história do movimento sindical urbanitário do país, como o dia em que 263 trabalhadores e trabalhadoras da holding Eletrobras e de suas subsidiárias (Furnas, Eletronorte, Chesf e Eletrosul), representando 12.000 eletricitários, estiveram presentes, em frente à sede do TCU, em Brasília, para acompanhar e cobrar dos ministros do Tribunal de Contas da União um julgamento imparcial da legalidade do processo de privatização da Eletrobras, bem como o cumprimento constitucional do papel do TCU. Com certeza, todos que participaram, deste ato histórico, estão felizes por terem dado a sua contribuição, para que a história da Eletrobras fosse reescrita com caneta de luta do CNE e com a tinta do suor das guerreiras e guerreiros da Eletrobras.

Este Ato Público é um exemplo de organização do CNE e da luta dos trabalhadores e trabalhadoras eletricitárias em defesa da Eletrobras pública e contra a entrega de um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, a Eletrobras.

Todos e todas que participaram deste Ato histórico, realizado no dia 20/04/2022, poderão orgulhosamente bater no peito e dizer “eu ajudei, com a minha presença no Ato Público e disposição de luta a reescrever a história da Eletrobras e manter o emprego de milhares de trabalhadoras e trabalhadores eletricitários. Eu fui um agente ativo na história da Eletrobras”

QUE ISTO SIRVA DE EXEMPLO PARA AS NOSSAS PRÓXIMAS LUTAS!