O governo Bolsonaro pretende encaminhar, antes das eleições de 2022, mais um ataque ao povo brasileiro e à soberania do país: a privatização da empresa federal Eletrobras. Como consequência dessa medida, haverá um aumento de aproximadamente 25% nas contas de luz da população, riscos de novos apagões, desindustrialização, aumento da crise ambiental, impacto nos preços de alimentos e mais desemprego.

Preocupados com os rumos da Eletrobras, com os seus direitos trabalhistas e com o aumento da tarifa luz, que irá impactar na vida de todo o povo brasileiro, os eletricitários estão em greve desde o último dia 25 de fevereiro. A postura da direção da Eletrobras, indicada por Bolsonaro, é totalmente desrespeitosa com os trabalhadores da empresa, que vêm sofrendo uma série de ataques, como o descumprimento de acordos, a violação de direitos já garantidos, como teletrabalho e plano de saúde, além da não execução do pagamento de porcentagem (20%) de PLR 2018, que só foi paga aos acionistas privados. Além disso, os trabalhadores em greve têm sofrido forte assédio moral.

Na avaliação das organizações que assinam esta nota, privatizar a Eletrobras é um crime e um grande erro. Trata-se da maior empresa do setor elétrico da América Latina e vendê-la representará a entrega ao setor privado de 125 usinas de geração (51.125 MW), sendo 80% de base hidráulica, 71.000 quilômetros de linhas de transmissão e 366 subestações de energia elétrica. Seu patrimônio é avaliado em quase R$ 400 bilhões, mas o governo pretende vendê-la por um preço 15 vezes inferior. Todo este patrimônio pertence ao povo brasileiro, que pagou mensalmente na conta de luz pela sua construção.

A privatização também representará a revisão de contratos de venda de energia e aumento do uso de termelétricas, o que aumentará cada vez mais as tarifas de luz e agravará a crise ambiental que vivemos. Os únicos beneficiados com este processo serão os grandes empresários, que dão sustentação a este governo. O povo será a grande vítima.

É necessário impedir este processo e, caso ocorra, o povo deve exigir uma revisão e a reestatização da Eletrobras. Com isso, convocamos todo o povo brasileiro a se solidarizar e apoiar a justa luta e greve dos trabalhadores eletricitários. Precisamos nos posicionar agora e no período das eleições, para que o Governo Bolsonaro não cometa mais um crime contra o povo brasileiro.

Se você deseja saber mais sobre a empresa Eletrobras e por que somos contra sua privatização, acesse: https://salveaenergia.com.br/ .

Assinam:

Frente Brasil Popular

Frente Povo Sem Medo

Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia – POCAE

Comitê de Luta contra as Privatizações e em Defesa do Povo brasileiro

Central Única dos Trabalhadores – CUT

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

Central de Movimentos Populares – CMP

Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos – MTD

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST

Movimento Nacional População de Rua

Jubileu Sul Brasil

Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros – Fisenge

Pastoral Popular Luterana – PPL

Movimento Negro Unificado de Pernambuco

Partido Comunista do Brasil – Angra dos Reis/RJ

Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva – Abrasbuco

Sindicato dos Administradores do Estado do Rio de Janeiro – Sinaerj

Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal – Stiu/DF

Sindicato dos Trabalhadores Ind Energia Elétrica – Sinergia/SC

Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação – SEPE Rio de Janeiro

Sindi. dos Trabalhadores em Empresas de processamento de dados e TI

Assoc. dos Jornalistas Independentes de Esquerda/Diretório Nacional – AJORINDESQ

Pastoral Operária da Diosesse de Campo Limpo-SP

União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES

Associação de Moradores Jardim Casa Branca e Adjacências (Santa Catarina)

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro Ceará

União de Negras e Negros pela Igualdade da Costa da Mata Atlântica

Marcha Mundial por Justiça Climática / Marcha Mundial do Clima

Sindi. dos Trabalhad. em Empr. de Água, Esgoto e Saneamento de Maringá – Sindaen

Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateaubriand e Região (Paraná)

Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto-MG

Pastoral Fé e Política da Diocese de Campo Limpo-SP

Coletivo do Proletariado de Guarulhos-SP

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB