No sábado (19) os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte e Furnas tomaram as ruas de Brasília em uma grande carreata para denunciar as irregularidades no processo de privatização da Eletrobras e alertar a população sobre os impactos da medida à população.

A Eletrobras é uma holding, ou seja, controla outras empresas como Eletronorte, Furnas, Cepel, CGTEletrosul, Chesf e outras. De acordo com os manifestantes, a privatização dessas estatais vai provocar uma explosão tarifária na conta de luz da população brasileira, do comércio e indústria. Além disso, vai penalizar os consumidores com a precarização na prestação do serviço prestado.

A diretora do Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF), Fabiola Antezana, destacou que até o momento o governo não apresentou estudos concretos dos riscos e impactos da entrega da Eletrobras para a iniciativa privada, “mas o que a gente sabe é que vai ter uma explosão tarifária, especialistas e movimentos populares têm alertado sobre esses impactos para a nossa vida”.

Ela explicou que o Tribunal de Conta da União (TCU), em audiência realizada no dia 15 passado, deu andamento ao processo de privatização da Eletrobras. No entanto, “colocou algumas salvaguardas, entre elas, que o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) protocolassem em até 30 dias os estudos dos impactos tarifários”, além disso, recomendou que se refizesse a análise com relação aos contratos futuros de venda de energia.

“Então o que a gente espera é que na segunda análise do TCU, os ministros tenham mais critério com relação à privatização, uma vez que o próprio ministro Vital do Rego apontou um valor subfaturado na documentação apresentada. E por mais que os outros ministros não tenham acompanhado o voto contrário à privatização, os demais colocaram em suas falas que se a Eletrobras fossem deles, não venderiam. Então alguma coisa tem aí”, observou Antezana.

A ação faz parte da jornada de lutas do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) que tem atuado na defesa da Eletrobras pública.