Tomamos ciência de e-mail enviado aos empregados do Sistema Eletrobras pelo Sr Ruy Flaks Schneider, então presidente do Conselho de Administração da Eletrobras, onde o referido senhor lamenta a saída do ex-presidente da Eletrobras Wilson Pinto Ferreira Jr e enaltece uma série de suas supostas ações em gestão.

Nós repudiamos veementemente o texto do Sr Ruy Flaks Schneider.

O Sr. Wilson Pinto Ferreira Jr chegou na Eletrobras em 2016 se dizendo contrário à privatização da empresa. Meses depois, ele mudou o discurso de forma repentina e sem prestar esclarecimentos.

Em 2017 chamou os empregados da Eletrobras de vagabundos, o que lhe valeu uma advertência pela Comissão de Ética da Presidência da República. Foi a primeira vez na história que um presidente da Eletrobras foi advertido. Ainda nesses tempos, numa tentativa de controle supremo, Wilson ocupou nada menos do que sete cadeiras de Conselhos de Administração ao mesmo tempo, contrariando inclusive o próprio estatuto da Eletrobras. Nessa posição tivemos diversas situações de conflitos de interesse entre a controladora e suas controladas.

Registre-se que a Eletrobras passou por inúmeras reestruturações no período de gestão Wilson Pinto com muitas consultorias contratadas estranhamente por dispensa ou inexigibilidade de licitação.

A tentativa de privatização da Eletrobras é um capítulo à parte. Pela primeira vez na história se viu um presidente de estatal atuar como lobbysta de uma pauta. Wilson Pinto se portou como um verdadeiro “caixeiro viajante” nos gabinetes do Congresso Nacional.

A privatização da Eletrobras está sob suspeição desde 2018 quando o Senado Federal admitiu uma CPI para investigar os interesses obscuros no processo. Recente-mente o presidente da Câmara dos Deputa-dos, Dep Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou com todas as letras a suspeição sobre a tentativa de privatização da Eletrobras e uma renovação de concessão de usina direcionada para acionistas minoritários.

Quem não se recorda do episódio vexatório da contratação de uma empresa de comunicação para falar mal da Eletrobras e facilitar o processo de privatização?

Cabe acrescentar que a Eletrobras precariza cada vez mais as condições de trabalho e isso fica claro no novo modelo proposto de oferta de plano de saúde. Logo o Sistema Eletrobras que tem, até o momento, 17 óbitos por Covid-19: pior média de todas as estatais e média pior que a do Brasil.

Por fim, Wilson Pinto Ferreira Jr deixa um legado de letargia e redução do protagonismo da Eletrobras no Setor Elétrico Brasileiro.

Em tempos de crise, a Eletrobras tem caixa, dívida baixa e saúde financeira para retomar o desenvolvimento do Brasil com seus investimentos. Se não optou por esse caminho recentemente foi por omissão de gestão. Isso nunca será esquecido.

Que o novo presidente da Eletrobras chegue com disposição para trabalhar, para desenvolver a empresa e o Brasil e que não caia no discurso decadente e encomendado de privatização. Mais do que um repúdio, registramos que estaremos firmes e atentos sempre!

Veja aqui o boletim do CNE.