Ao retirar as entidades sindicais do debate sobre a reforma estatutária da nossa caixa de assistência E-Vida, a Eletronorte cometeu um enorme equivoco. Renegou a construção de uma instituição que nasceu de uma negociação democrática e participativa e que, graças à participação dos representantes dos trabalhadores, nasceu com credibilidade junto à categoria. A E-Vida foi uma construção conjunta e entendemos que os processos que afetam a gestão de nossa saúde devem ser feitos de maneira conjunta. Infelizmente a Direção da Eletronorte e E-Vida não entendeu assim quando, além de não participar às entidades sindicais da programação que discutiria o assunto da revisão estatutária, usou do nome e credibilidade destas entidades como forma de convencer os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte a votarem favoravelmente às adequações estatutárias pretendidas.

Não passou um dia sequer sem que os trabalhadores e trabalhadoras buscassem os sindicatos para saber a orientação sobre esse processo, mais uma prova de que a Direção da Eletronorte e da própria E-Vida menosprezaram a importância das entidades sindicais. Valoramos a discussão inicial no sentido de encontrar os pontos de consenso para que esta reforma estatutária acontecesse, mas não podemos deixar de registrar que apartar as entidades sindicais da discussão foi um equivoco estratégico.

Pautados na responsabilidade que norteia a luta histórica do Sindinorte em defesa dos interesses da classe trabalhadora, não poderíamos deixar de nos posicionar. O Sindinorte avaliou, inclusive com nossas assessorias jurídicas, as modificações propostas, e, com a preocupação de que precisamos alcançar as 20mil vidas, não temos objeções às alterações. No entanto, é necessário atingir um quórum mínimo de votação, e para isso, chamamos os trabalhadores e trabalhadoras que estavam no aguardo de uma manifestação das entidades sindicais a participarem do pleito eleitoral. O Sindinorte, acima de tudo, luta pelo fortalecimento de nossa caixa de assistência.

A CESAR O QUE É DE CESAR

O apagão no Amapá evidenciou que as denuncias do Sindinorte e do CNE, sobre os sucessivos processos de desligamento, que colocavam em risco o sistema elétrico nacional eram verídicas. A Eletronorte, que rapidamente se prontificou a tirar o Estado do Amapá do escuro, mobilizou uma equipe de profissionais de alto conhecimento técnico e que, em sua gritante maioria, são elegíveis ao processo de desligamento. Agora perguntamos, o que teria sido dos amapaenses se os desligamentos tivessem ocorrido na data imposta pela Eletrobras? Com o entendimento de que a saída destes profissionais do quadro da empresa, sem que haja reposição de quadros técnicos e repasse do conhecimento, o Sindinorte solicitou da Direção da Eletronorte que mais uma vez, haja com responsabilidade, e não permita colocar o sistema elétrico em risco. Sabemos que a gestão Eletrobras se preocupa apenas com números, e não com nossa expertise operacional, e cabe à Direção da Eletronorte encontrar o caminho para garantir a segurança operacional do sistema nacional. Ninguém é pagão, todos tem um padrinho a quem procurar.

ACT NACIONAL

A Eletrobras informou no último dia 14, que ainda aguarda um posicionamento da SEST sobre a proposta apresentada pelos trabalhadores e trabalhadoras para o fechamento do ACT 2020. Com isso, a mesma informou que o ACT ficou prorrogado até 24.12. Cabe uma reflexão aos negociadores das empresas: em 30 de outubro, após um ano de discussão a empresa apresenta uma proposta para ser avaliada pelos trabalhadores. Em aproximadamente 20 dias, o CNE conseguiu apresentar premissas que garantem a sustentabilidade financeira dos trabalhadores para poderem arcar com a contribuição dos planos. A empresa, no mínimo, deveria renovar o acordo por um período decente para simular e avaliar as propostas feitas pelos trabalhadores e trabalhadoras, ou faremos as assembleias comendo o peru de Natal? Isso se a empresa cumprir com o acordo e pagar o ticket natalino.

Reprodução boletim Sindinorte.