O governo Bolsonaro cortou pela metade o auxílio emergencial para a população de baixa renda durante a pandemia da Covid-19. Reduzido em 50%, o auxílio emergencial será pago somente até dezembro deste ano, mediante novas regras que tornam mais difícil o acesso ao benefício. Este corte se junta ao congelamento do salário mínimo, previsto no orçamento para 2021, como mais uma pancada no trabalhador mais vulnerável.

Com a publicação da Medida Provisória 1.000/2020, o auxílio emergencial será pago em quatro parcelas no valor de R$300,00. É importante destacar que não receberão essa ajuda os trabalhadores que tenham vínculo de emprego formal ativo adquirido após o recebimento do auxílio emergencial iniciado em abril deste ano; aqueles que tenham obtido benefício previdenciário, assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal após começar a receber o auxílio emergencial em abril; quando a pessoa receber proventos acima de meio salário-mínimo e a renda familiar mensal total acima de três salários mínimos ou se for uma pessoa que mora fora do Brasil.

Além disso, não terão direito a receber o benefício, pessoas que em 2019 tiveram rendimentos tributáveis em valor superior a R$ 28.559,70; que tinha, em 31 de dezembro de 2019, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, incluída a terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00; entre outros requisitos estabelecidos pela medida provisória.

De acordo com o economista e professor da Universidade de Brasília, José Luiz Oreiro, essas novas medidas adotadas pelo governo federal, principalmente na redução dos valores do auxílio para a população, podem trazer dificuldades para a economia brasileira pois diminui a recuperação que estava acontecendo até poucos meses atrás.

“Observamos é que nessa prorrogação por quatro meses houve uma redução significativa do valor do auxílio emergencial. Isso vai ter impacto no nível de atividade econômica no quarto trimestre. O auxílio foi importante para limitar a queda de atividade econômica do segundo trimestre, está sendo importante na recuperação parcial do terceiro trimestre, mas a mesma irá perder fôlego no quarto trimestre de 2020 por conta da redução no valor do auxílio emergencial”, explicou Oreiro.

Dinheiro vai para bancos, militares e propaganda

Quando se trata de bancos, o governo age de forma contrária. Por exemplo, a equipe econômica de Bolsonaro acaba de autorizar o repasse de R$ 325 bilhões do lucro das reservas cambiais para os bancos. No início da pandemia, os mesmos bancos também foram beneficiados com a módica quantia de R$ 1,3 trilhão para garantir a segurança do sistema financeiro.

Além dos bancos, outros setores como a Defesa e a publicidade do governo tiveram um tratamento diferente. O Ministério da Defesa teve seu orçamento aumentando, em detrimento de outras áreas estratégicas, como Ciência e Tecnologia, por exemplo.

Com informações do Brasil61 e Agência PT

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