fnuEssa rodada de negociação se revelou a maior “enrolação” já vista nos últimos tempos. Os negociadores da holding iniciaram a reunião fazendo um verdadeiro bate-bola das cláusulas, dissertando sobre as mesmas sem referência de numeração e sem qualquer ordenação para dificultar o andamento dos trabalhos, tudo para ganhar tempo, já que mais uma vez não tinham nada para negociar. Tudo não passava de uma encenação, que foi logo desmascarada pelos trabalhadores(as).
No que tange ao Ganho real e à unificação da gratificação de férias, foram colocadas como “não contratar”. Cláusulas como essas, que tinham sido sinalizadas com avanços na rodada anterior, foram jogadas por terra.
A desculpa é que o Governo está preocupado com o aquecimento da economia, e que o ganho real possa gerar inflação, como nos velhos tempos da ditadura e do governo neoliberal de FHC, onde aumentos de salários geravam inflação. Um absurdo! Pois, foi graças ao ganho de massa salarial dos trabalhadores no Governo Lula que o Brasil superou a crise econômica mundial com o fortalecimento do mercado interno.
Recentemente o atual Governo corrigiu salários dos trabalhadores(as) da administração direta, planos de cargos e outras injustiças históricas que há anos vinham ocorrendo, o que aplaudimos, mas agora chegou a nossa vez de negociar. Nesse sentido, não admitimos que várias dificuldades sejam colocadas na nossa negociação, isso não aceitamos.
Os números atuais da economia provam que o nosso país está bem, o consumo de energia elétrica industrial e residencial, por exemplo, no primeiro quadrimestre deste ano já cresceram 9,5% em relação ao ano passado. O lucro da Eletrobrás também, no primeiro trimestre, foi excelente. O argumento dos negociadores da empresa de que o corte de R$ 10 Bilhões no orçamento da união é o motivo para a não concessão do ganho real é falso, visto que o citado corte afeta apenas despesas primárias, onde não estão contidas as empresas estatais não dependentes (caso da Eletrobrás).
O próprio secretário do tesouro nacional já admitiu, por meio da imprensa, que o superavit primário de 2010 está garantido pela excelente perspectiva de arrecadação para este ano, derivada do ótimo momento da economia brasileira.
A indagação é: será que os eletricitários servirão de “boi de piranha” para outras categorias que ainda irão negociar? “Estão vendo: ganho real zero para os eletricitários”!!!

Concretamente, a posição do CNE foi:

• Queremos não só as cláusulas econômicas, mas também várias outras que não possuem cunho econômico, mas são de grande avanço para os trabalhadores(as) e que há anos não são solucionadas;
• Não resolvidas as cláusulas acima, já temos um calendário de luta que é PARALISAÇÃO DE 72 HORAS NOS DIAS 09,10 E 11 de junho;
Para tanto estaremos realizando assembleias nos dias 07 e 08 de junho de 2010 com indicativo do CNE de REJEIÇÃO DA CONTRAPROPOSTA DA ELETROBRAS e para deliberar sobre esse calendário.

 

Posição das empresas

A posição das empresas foi a seguinte: irão analisar e, no início da próxima semana (até terça-feira dia 08/06/10), enviarão a resposta sobre os seguintes itens: ganho real, abono, gratificação de férias (unificação), auxílio-creche, unificação de benefícios e CCE 09 (flexibilização).
Como os trabalhadores(as) podem observar, a estratégia dos negociadores da holding é atrapalhar o nosso calendário de lutas previsto para a próxima semana.


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