Na briga privatista para se livrar das empresas estatais a qualquer custo, está a Eletrobrás. A empresa é responsável pela geração e transmissão de energia em todo o país. Atualmente existe um plano de investimentos que diz que até 2029 serão necessários investimentos de 239 bilhões de reais na geração e 103 bilhões de reais em transmissão. Traduzindo para um plano anual, seriam necessários investimentos de cerca de 11,9 bilhões ao ano.

O governo retruca que a empresa só tem capacidade de investir 10 bilhões por ano, o que é verdade, mas esconde que existe uma conta que fecha. Não se entra em nenhum projeto de porte nacional com 100% do capital próprio. O praticado na realidade é que se entre com 50% próprio e 50% captado no mercado, o que necessitaria de 6 bilhões ao ano de investimentos, bem abaixo da capacidade que a empresa tem.

O objetivo dos gestores assim, é gerar propositalmente menos investimentos e gastos públicos, diminuindo a capacidade de participação da empresa na sociedade, gerando menos empregos e desenvolvendo menos o país. Com a empresa subaproveitada, abrem-se brechas para vendê-la mais barato, além de diminuir o valor que ela tem para o principal acionista: a União. É tudo que os grandes especuladores querem.

Sabendo desses dados, o Sintergia RJ, sindicato da categoria, e o Coletivo Nacional dos Eletricitários, procuraram ajuda no congresso e encontraram em Weverton Rocha (PDT-M) uma voz para pedir uma auditoria pelo Tribunal de Contas da União nos planos de investimentos da empresa pelos próximos 5 anos.

A Eletrobras tem potencial de ser uma das empresas que ajudará o país a sair da crise econômica que entraremos após a crise sanitária do novo coronavírus. O que ninguém consegue explicar é como querem privatizar uma empresa que dá lucro de mais de 10 bilhões de reais e ainda tem um índice de endividamento muito pequeno. A desculpa não cola.

Via https://rj.cut.org.br/