Circulam nas redes sociais de aplicativo de WhatsApp de trabalhadores da Eletronorte e até mesmo de outras empresas, áudio atribuído a um diretor da Eletronorte, onde este, em reunião com subordinados a nível de superintendência, teria proferido frases como por exemplo:
“Não dá pra continuar como está, não dá!”
“A empresa, principalmente a Eletronorte está com uma situação de P.M.S.O., que infelizmente salta aos olhos. Por várias questões que nós conhecemos, existem rubricas gerenciáveis, que não estão sendo gerenciadas.”
“Vamos olhar pra dentro das nossas equipes, eu já tenho esse mapa da D.G., tem situações de áreas com 9 (nove) pessoas, com 8 (oito) elegíveis. Vai ficar 1 pra apagar a luz.”
“Recado da Holding é o seguinte: Nós temos que ficar com os melhores empregados, os melhores tem que permanecer.”
“Se você tem um contrapeso em sua mochila, você vai ter que se livrar desse contrapeso.”
“Nós vamos ter que chegar em uma situação em que vamos estabelecer uma meta por unidade, onde vai se ter que retirar até 60% de pessoas de uma área.”
Não obstante o direito que o gestor tenha em encaminhar as decisões da alta direção da Empresa, o que está em jogo não é isso, mas, o rol de expressões depreciativas com as quais o Diretor da Eletronorte se refere aos trabalhadores e trabalhadoras da Empresa.
Outra preocupação foi motivada pelo fato de que o Diretor demonstra o total desprezo pelo Sistema de Gestão de Desempenho – SGD.
É nesse sistema onde se encontra o processo de avaliação dos empregados. Ou seja, é o momento em que suas capacidades, habilidades e desempenho serão cruzados com as expectativas do Sistema Eletrobrás em relação aos mesmos.
É claro que as expressões atribuídas ao Diretor demonstram que este não tem estatura para ocupar o cargo ao qual foi indicado, pois despreza a força de trabalho de uma empresa que possui premiações no Brasil e no exterior.
Além disso, ao desprezar os empregados, tratando-os como contrapeso dentro de uma mochila, expõe o seu desdém a pessoas que dedicaram toda uma vida, sangue, suor e lágrimas para a construção da Eletronorte.
Tramita na 19ª Vara do Trabalho de Brasília, ação contra o senhor Wilson Pinto, presidente da Eletrobras, que, em reunião com dirigentes sindicais, teria usado expressões preconceituosas e depreciativas contra os empregados das empresas Eletrobras, tais como inúteis, vagabundos e safados. Tal medida tomada pelos sindicatos há 2 (dois) anos atrás, demonstram o caminho que podemos tomar outra vez.
Sendo mais ou menos fortes as ofensas, contra os empregados, o certo é que estas merecem a dura resposta por parte dos representantes dos trabalhadores, que são os sindicatos.
Quem já ouviu os áudios identificou com clareza, que as expressões se dirigem a uma grande parte da Empresa, que são os chamados elegíveis ao PDC. Trata-se de Assédio, que é o termo utilizado para designar toda conduta que cause constrangimento psicológico à pessoa.
O assédio moral (mobbing, bullying, harcèlement moral ou, ainda, manipulação perversa, terrorismo psicológico) caracteriza-se por ser uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
Mas é claro que tais ações não ficarão impunes, pois as entidades sindicais já estão consultando suas assessorias jurídicas para tomar as medidas cabíveis. Nessa mesma linha, discutiremos com os trabalhadores quais medidas de luta iremos tomar.
Todos conhecem nossa disposição de luta, e esta nunca vai nos faltar. No final, alguém vai saber o peso dos contrapesos da Eletronorte.
SINDINORTE REÚNE COM DG DA ELETRONORTE E ASSESSORES
A Intersindical Norte – SINDINORTE reuniu-se com o Diretor de Gestão Corporativa, Wanderley Uchoa e Assessores para tratar de assuntos relacionados aos interesses dos trabalhadores da empresa. A reunião ocorreu no último dia 30 de outubro de 2019, na Eletronorte. Foram abordados os seguintes pontos:
Critérios para a definição dos quadros da empresa: Embora seja um tema de enorme importância, pois trata da possível diminuição de pessoal, o Diretor de Gestão informou que não possui critérios padronizados pela holding, mas, que defende que haja a padronização, e que, portanto, não pode responder nesse momento.
O Sindinorte alertou a Empresa sobre a necessidade de elaborar um comunicado aos empregados sobre os critérios para a definição dos quadros e informações relativas ao PDC, principalmente a situação dos elegíveis que não aderirem ao PDC na data proposta pela Eletronorte.
SGD: Questionado sobre como vê o Sistema de Gestão de Desempenho sobre a eficiência para critérios de avaliação, o Sr. Wanderley disse que vê o sistema como deficiente para avaliar o desempenho e consequentemente para a definição de quadros.
Mapeamento de Elegíveis: Quando questionado pelo Sindinorte sobre o possível mapeamento de elegíveis na área da DG, ele respondeu que existe um levantamento por áreas, mas não determinante.
Sobre o risco de desligamento dos elegíveis aos que não aderirem ao PDC: O Diretor de Gestão Wanderley Uchoa afirmou perante os sindicalistas, assessores e assistentes, que o fato do trabalhador elegível não aderir, não implica em seu desligamento imediato.
Sobre a prorrogação do prazo de adesão/ desligamento: O Sindinorte questionou o Diretor de Gestão sobre a prorrogação de prazo para adesão/desligamento de trabalhadores, como foi anunciado pelo CEPEL, que, segundo se soube, tem prazo de desligamento previsto para abril de 2019. O Diretor tratou como um caso excepcional, mas afirmou que poderia verificar essa possibilidade junto á Eletrobras, contudo pediu aos sindicatos que formulem proposta de prorrogação para a empresa. Os sindicatos se comprometeram a analisar o caso.
Quadro Qualiquantitativo: O Sindinorte solicitou a disponibilização do Quadro Qualiquantitativo.
Eletricistas de Linhas de Transmissão, Operadores e demais elegíveis: O Sindinorte alertou ao Diretor de Gestão sobre os riscos ao Sistema, quanto ao desligamento de trabalhadores da atividade fim da Empresa, como por exemplo, Eletricistas de LT e operadores, visto que grande parte deste são de nível fundamental.
A DG informou conhecer os riscos, devido já ter sido alertada pela D.O., mas, nesse momento, não pode excluir esses trabalhadores do rol dos elegíveis. A DG também foi alertada sobre a necessidade do número mínimo de trabalhadores da operação, nas instalações tipo E1, E2 e U3, conforme critérios do ONS.
Acidente em Marabá: O Sindinorte exigiu a disponibilização da cópia do relatório de apuração do acidente de Marabá, que vitimou o trabalhador Hebert Correia de Queiroz. A Eletronorte disponibilizou o documento no dia 31/10/2019, que passará agora por nossa análise.
Não repasse de contribuições ao INSS: O Sindinorte denunciou e pediu providências sobre a situação de trabalhadores que não estão tendo a atualização das suas contribuições junto ao INSS. A reclamação foi motivada pelo indeferimento da concessão do benefício de auxílio doença a um empregado.
A empresa pediu que o Sindinorte formulasse documento pedindo providências, o que já foi providenciado.