Em tom debochado e revelando total falta de respeito com os trabalhadores das empresas públicas em Brasília, o GDF demonstrou todo o seu desprezo pela coisa pública. O episódio lamentável ocorreu nesta quinta-feira (19) em cerimônia realizada no Palácio do Buriti.

Como se as empresas públicas fossem feudos políticos ou tivessem donos exclusivos, a fala do governador revela o seu descaso com o patrimônio público. Referindo-se ao seu indicado, o presidente da CEB, Edison Garcia, o chefe do GDF mostrou-se preocupado unicamente com o “amigo pessoal”, como assim o chamou.

“Onde vou colocar você depois da venda da CEB?”, disse o governador, arrancando risos da plateia formada de assessores. “Como tem outras empresas a serem vendidas, a gente vai trocando você de lugar até acabar com isso”, debochou.

A manifestação infeliz diz muito sobre como ele pensa a respeito do serviço público, além de ser um enorme desrespeito com as pessoas que trabalham nessas estatais e ingressaram por meio de concurso. A fala é extremamente desrespeitosa porque nessas empresas públicas, milhares de trabalhadores dedicam as suas vidas, trabalhando para a sociedade, para retirar o sustento de suas famílias.

A fala também é um acinte ao zelo da coisa pública. É como se os apadrinhados políticos pudessem ser alocados, com excelentes remunerações, onde bem entendesse, num total descolamento da realidade. Os anseios da sociedade, que paga altos impostos, são serviços públicos de qualidade, governador.

Sabemos que o GDF está realmente emprenhado em “acabar com isso”, o que na verdade significa o desmonte e a destruição do patrimônio público, privatizando essas empresas lucrativas para meia dúzia de empresários “amigos”.

Os trabalhadores e a sociedade não vão admitir essa total falta de respeito, pois o que está em jogo não são os empregos de amigos pessoais de quem se acha rei, mas o futuro de uma cidade inteira.