Furnas é mais do que um prédio em Botafogo, mostrou o engenheiro Roberto Pereira D’Araujo, diretor do instituto Ilumina, em artigo. É a maior subsidiária da Eletrobras, presente em 14 estados e no Distrito Federal, responsável pela transformação de 40% da energia consumida no país. Abastece 63% dos domicílios brasileiros. Está na origem da história de sucesso do sistema elétrico brasileiro.

“A pretensão de venda de um patrimônio tão estratégico exige um intenso e aprofundado debate com toda a sociedade brasileira”, afirmam 402 deputados (quase 80% da Câmara) e 50 senadores (mais de 60% do Senado) que integram a Frente Parlamentar Mista em Defesa de Furnas. A adesão veio de praticamente todos os partidos, entre eles PSDB, PSL, PSD, DEM, MDB, PT, PP e PR.

“O papel do Estado no setor energético de um país é um dos pontos centrais dessa discussão. Nações como os Estados Unidos, China e Canadá, por exemplo, tratam a geração e a transmissão de energia como assunto estratégico. Para os norte-americanos, é questão militar. São aspectos que precisam ser considerados para uma tomada de decisão. Experiências internacionais servem de alerta. Na Califórnia, nos anos 90, o processo de privatização resultou em manipulação de preços e caos no abastecimento”, denuncia nota da Frente.

Furnas distribuiu, em 2018, mais do que o dobro dos dividendos pagos pela Eletrobras (R$ 699 milhões frente a R$ 345 milhões). “A decisão final sobre a capitalização de Furnas, um patrimônio nacional, precisa levar em consideração todos esses aspectos, sob pena de ameaçar o futuro do país”, destacam os parlamentares.

A cerimônia de criação da Frente ocorrerá na próxima terça-feira, às 11h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.

Perda de espaço

No ano passado, o faturamento de prêmios de seguros no mundo ultrapassou, pela primeira vez, o patamar anual de US$ 5 trilhões. Puxam o crescimento os países asiáticos. A participação do Brasil no mercado mundial, no segmento de não-vida, nos últimos anos, caiu para em torno de 1,5%, reflexo da crise econômica. No início da década, o número era de quase 2%.

Crime de responsabilidade

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro, reagiu com preocupação sobre suposto pedido da Polícia Federal para que o Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) levante detalhes das movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald. “A notícia foi veiculada pela imprensa e, caso confirmada, representa inaceitável prática de tolhimento e intimidação, em flagrante afronta à Constituição Federal”, diz a OAB-RJ. “Não haveria como desatrelar, do anunciado procedimento da Polícia, o trabalho jornalístico feito pelo site comandado por Glenn, profissional internacionalmente reconhecido e premiado.”

A reação veio também do Senado. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou dois requerimentos cobrando esclarecimentos dos ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia). O primeiro, afetado pelas matérias do site The Intercept, comanda a PF; na pasta do segundo, está o Coaf.

Os requerimentos ainda precisam ser lidos em sessão do Plenário para ter efeito, o que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deveria fazer ainda na noite desta quinta-feira. Caso os ministros não respondam ao pedido no prazo de 30 dias após a leitura, incorrerão em crime de responsabilidade.

Silvérios dos Reis

Cortes nas aposentadorias, abertura dos portos para os europeus, desmonte da Petrobras, tudo coloca o país a caminho de se tornar uma colônia de quinta categoria. Já dizia Barbosa Lima Sobrinho: no Brasil, só há dois partidos, o de Tiradentes e o de Joaquim Silvério dos Reis.

Fonte: monitordigital.com.br