Na quinta-feira, 27, a Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara Federal promoveu uma audiência pública para discutir a tentativa do Governo do Distrito Federal (GDF) em privatizar as empresas estatais da capital, como a Companhia Energética de Brasília (CEB), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB), Companhia do Metropolitano do DF (Metro-DF) e o Banco Regional de Brasília (BRB).

Para o dirigente sindical do STIU-DF, João Carlos Ferreira, a privatização traz apenas prejuízos para a sociedade. Ele destacou que o governo local, para viabilizar a venda das empresas públicas, vem atuando de forma leviana ao adotar a bandeira da desestatização.

Ferreira aponta que o GDF omite da população os riscos da privatização da CEB. “Apagões, piora dos serviços e elevação da conta de luz ocorreram em praticamente todos os estados que venderam suas concessionárias de energia elétrica”. E lembrou o caso da Enel em Goiás, considerada hoje a pior distribuidora de energia elétrica do país, com reajustes superiores aos 30% na conta de energia.

Em relação ao atual quadro econômico-financeiro da CEB, foi especificado que, apenas de contas em atraso, a Companhia tem a receber mais de R$ 600 milhões.

A conselheira de administração, eleita pelos trabalhadores, Maria da Penha, garantiu que a empresa é extremamente viável e o que tem sido veiculado na mídia não condiz com a realidade da empresa. Ela ressaltou ainda que a CEB e as demais estatais fornecem “qualidade de vida à população”.

“As mais de 100 entidades filiadas à CUT Brasília estarão juntas em todos os momentos, e se preciso nas ruas, para fazer a defesa do patrimônio do povo de Brasília”, afirmou presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.

De acordo com a deputada Erika Kokay (PT-DF), a entrega das empresas públicas à iniciativa privada é um crime contra o patrimônio da população.  E para dar continuidade à luta contra a privatização, a parlamentar definiu uma série de atividades, dentre elas, sugeriu à CLDF a criação de uma Frente Parlamentar em defesa das empresas Públicas, bem como, fazer uma representação ao TCDF sobra a realidade da CEB e Caesb colocando o impacto da privatização nos serviços públicos.

Outras deliberações foi o encaminhamento de Ofício a todos os parlamentares do DF (Câmara e Senado) com as notas taquigráficas da audiência. Enviar ofício à OAB solicitando uma posição formal a cerca do processo e ameaças de privatização no DF, e sugerir que a Ordem promova audiências públicas sobre o tema e provocar a Comissão e Justiça e Paz da CNBB, convidando para discutir o tema, que está atrelado ao tema da campanha da Fraternidade deste ano.