Durante o lançamento do Fórum da Sociedade Civil em defesa das empresas públicas, que aconteceu nesta terça-feira (18), no Sindicato dos Bancários, as trabalhadoras e trabalhadores da CEB, Caesb, BRB e Metrô apresentaram argumentos questionando a posição do GDF em privatizar estatais.

Em relação à CEB, o governador Ibaneis Rocha (MDB) tem dito sistematicamente que a empresa não é lucrativa. No entanto, a informação não corresponde à realidade.

Segundo o Relatório da Administração 2018 da CEB, em 2015 a empresa de distribuição de energia apresentou lucro de R$ 36,4 milhões. Em 2016, novamente obteve ganhos na ordem de R$ 50,2 milhões. Em 2017, mais R$ 29,5 milhões de lucro. Apenas em 2018 a empresa foi deficitária, com R$ 33,6 milhões.

Se considerarmos os quatro períodos mencionados, 2015, 16, 17 e 18, na somatória, ainda sim haveria lucro de mais de R$ 80 milhões. Além disso, a CEB tem mais de R$ 600 milhões a receber de contas de luz em atraso.

“O GDF tem secretarias que devem à CEB, vários órgãos públicos também, assim como muitas empresas privadas estão com pendências com a Companhia. Se fizéssemos um encontro de contas do que a CEB tem a receber, certamente superaríamos muitas das dificuldades que temos hoje”, aponta o dirigente sindical do STIU-DF, José Edmilson.

Metrô

Há poucos dias, o GDF também manifestou a intenção de privatizar o Metrô, alegando que a empresa é deficitária em R$ 250 milhões por ano.

No entanto, por outro lado, o GDF paga todo ano R$ 650 milhões em subsídios para as empresas privadas concessionárias de ônibus, sendo que o Metrô não recebe nenhum centavo de subsídios.

“A sociedade não sabe disso. Mas precisamos esclarecer que, quando uma empresa é pública ela é para todos. Mas se privatiza é para poucos. E o governador tem jogado dados aleatórios na mídia que não correspondem com a verdade para confundir a população”, destaca a dirigente sindical do Sindágua, Renata Soares.

Luta contra a privatização

Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT) a luta contra a privatização precisa ser intensa e com todas as medidas possíveis para impedir a venda do patrimônio público, pretendida pelo GDF até setembro.

“O Ibaneis precisa de 16 votos na Câmara Legislativa. Não é tarefa fácil, mas não é impossível, porque nenhum trabalhador tem cargo ou benesses para oferecer aos deputados, mas o governador tem. Portanto, ou a gente se une, vai para as ruas, mostra para a sociedade efetivamente o que está acontecendo, ou estaremos perdidos”, alerta o deputado.