Com a ampla participação de parlamentares, dirigentes sindicais e eletricitários, a sessão especial do Senado em homenagem aos 46 anos da Eletronorte foi palco de duras críticas a proposta de privatização das estatais do setor elétrico fomentada pelo governo Bolsonaro. A atividade foi requerida pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM).

Na oportunidade, senadores e deputados destacaram ainda o papel estratégico da Eletronorte no desenvolvimento social e econômico na região amazônica. A estatal, com sede em Brasília, gera e fornece energia elétrica para os estados do Acre, Amapá,  Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O Senador Weverton Rocha (PDT-MA) disse que o governo atua com uma “política desenfreada para entregar o nosso patrimônio”. Rocha ressaltou ainda que a iniciativa privada “preocupada em ter lucro” não pode comandar setores estratégicos como o elétrico.

Segundo o deputado capitão Alberto Neto (PRB-AM), a Eletronorte pública é responsável pelo progresso regional da Amazônia. Ele deu exemplos da atuação da estatal em municípios esquecidos pelo “mercado” e questionou a capacidade e interesse das empresas privadas em levar energia elétrica para regiões de difícil acesso e com escasso financeiro.

“Essa empresa é um patrimônio inestimável, constitui feitos e contribuições de enorme importância para todos os brasileiros. Nós, principalmente a população da Amazônia, nos orgulhamos do trabalho que vocês [eletricitários] têm desenvolvido em termos de geração de energia para o Brasil”, declarou o senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

O deputado José Ricardo (PT-AM), representando a Frente Parlamentar em Defesa da Eletronorte, disse que a “ladainha da privatização” tem como objetivo sucatear “a estrutura pública para depois vender a preço muito abaixo à iniciativa privada”. O parlamentar lembrou que os governos anteriores realizaram investimentos bilionários no setor para viabilizar a universalização da energia elétrica e contestou ainda a venda da Eletrobras. “Por que privatizar uma empresa lucrativa?”.

Representando o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Ikaro Chaves, frisou que a Eletronorte, diante de vários desafios, é o agente responsável pela integração energética nas principais cidades da Amazônia. “[A estatal] é uma empresa de excelência e qualidade e nosso atual desafio é manter a Eletronorte pública, pertencente a todos os brasileiros. O Brasil precisa da Eletronorte”, finalizou o dirigente.

A Eletronorte é uma subsidiária da Eletrobras, e está incluída no pacote de privatização do governo Bolsonaro. A venda da empresa vai comprometer o desenvolvimento social e econômico nas regiões onde atua. Hoje, a estatal fomenta e desenvolve ações com a população que promove a inserção social das comunidades amazônicas. Além de ser fonte inesgotável de conhecimentos sobre a floresta, os rios e os povos, trabalhando os estudos científicos, a educação e a cultura local em sintonia com as políticas públicas existentes.

Defender a Eletronorte pública é defender o Brasil.