Na manhã desta quinta-feira, 30, representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) se reuniram com o deputado Paulo Bengtson (PTB-PA) para discutirem sobre o projeto de desmonte do setor elétrico estatal alavancado com a possível privatização da Eletrobras.
Na ocasião, os dirigentes sindicais entregaram ao deputado documentos que alertam sobre os impactos da entrega da maior estatal elétrica da América Latina à iniciativa privada. Ressaltaram que a privatização vai ser responsável por uma onda de precarização dos serviços, aumento do desemprego e insegurança energética.
Bengtson destacou que a venda da Eletrobras significa um retrocesso para o Brasil e que a experiência de privatização das distribuidoras, principalmente, no que se refere às tarifas de energia tem sido muito negativa à população, em especial no Pará.
Segundo o Dieese, a Celpa, concessionária do Pará privatizada em 1998, é uma das recordistas em número de acidentes, que resultaram em mortes na rede elétrica: em 2015, foram 14 óbitos, oito de trabalhadores terceirizados.
De acordo com publicação do Ministério Público Federal do Pará, com 17 mil reclamações de consumidores em 2018, 11 mil ações no Poder Judiciário no mesmo período e a segunda tarifa mais cara do país, a Celpa se tornou alvo de uma força-tarefa que após quatro meses de investigações, entrou com três ações civis públicas contra a concessionária, na Justiça Federal e na Justiça Estadual.
Os processos pedem um total de R$ 20 milhões em indenização por danos sociais e buscam a suspensão imediata de práticas abusivas da empresa contra os consumidores paraenses: foram constatadas cobranças excessivas, cortes irregulares de energia, falta de transparência nas contas e até enriquecimento ilícito. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também é ré nos processos que tramitam na esfera federal, por ter permitido as práticas ilegais da concessionária.