Elvira Presta, Diretora Financeira e de Relações com Investidores da Eletrobras, se silencia sobre a irregularidade apontada pela CVM na nomeação de Manoel Zaroni, com vínculos estreitos com concorrentes, para o Conselho de Administração.

A recém-nomeada diretora e ex-conselheira recomendada pela 3G, não se manifestou nem emitiu Comunicado ao Mercado sobre o posicionamento da CVM que atinge diretamente a credibilidade da governança e da Diretoria Financeira e de Relação com Investidores da Eletrobras, bem como a independência do Conselho de Administração.

A conclusão de irregularidade nesta nomeação, soma-se a outras não-conformidades denunciadas e publicadas na imprensa desde 2018: “CVM vê nomeação de conselheiro da Eletrobras como irregular. Segundo regulador, o potencial conflito de interesse é sem precedente e envolto em controvérsia.” (Folha, 03/2019).

“Conselheiro da Engie no colegiado da Eletrobrás: Para especialistas, a eleição de Manoel Zaroni para o conselho da Eletrobrás é um descumprimento da Lei das Sociedades Anônimas”. (Estadão, 18/05/2018).

Seu silêncio pode ser considerado como omissão e crime contra o mercado de capitais, na medida em que os investidores têm que ser tratados de forma isonômica em relação às informações relevantes.

Estamos atentos a este assunto e estudamos, junto ao nosso corpo jurídico, novas manifestações à CVM, à Comissão de Ética Pública e à Securities Exchange Comission – SEC, além de canais com o MME e casas legislativas.

Permitir a presença do senhor Manoel Zaroni na Eletrobras na próxima semana, deliberando sobre matérias do Conselho e nos Comitês, é um gesto de enfrentamento desnecessário aos acionistas e à CVM.

Aguardamos ainda hoje um posicionamento oficial da Eletrobras e informamos que uma cópia deste boletim será protocolada na Diretoria Financeira e de Relação com Investidores da Eletrobras.

Veja o Boletim do CNE aqui.