Para nós, trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico, as eleições do próximo domingo não decidirão apenas os rumos das políticas econômica e social do País. É mais do que isso. O seu resultado poderá contribuir para o fortalecimento do caráter público das empresas estatais ou legitimar na Presidência da República quem não pensa outra coisa a não ser privatizá-las.

Se ainda há dúvidas sobre o quanto a privatização tem sido nociva para os consumidores e trabalhadores das empresas públicas, basta ver os números da recém desestatizada CELG Distribuição: mais de mil demissões, aumento tarifário acima de 30% em dois anos e piora dos indicadores de continuidade, não sendo poucos os relatos de interrupções prolongadas no fornecimento e de revoltas da população.

Mas privatização é isso: a lógica de mercado substituindo qualquer conteúdo social ou estratégico associado à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Está mais do que claro que o voto em Bolsonaro é um voto pela privatização das estatais. O seu assessor econômico, já apelidado pela mídia como o “posto Ipiranga” de Jair Bolsonaro, em inúmeras entrevistas, realçou seu ponto de vista ultraliberal, favorável a um processo amplo de desestatização para conter o déficit das contas públicas que herdará do governo Temer.

Vale registrar ainda que, na condição de deputado federal, Bolsonaro foi um dos poucos parlamentares que se recusou a assinar o abaixo-assinado pela realização de um referendo popular sobre a privatização da Eletrobrás e votou a favor da privatização das distribuidoras (PL 9.463/2018).

É evidente que essa política de entrega do patrimônio público, além de alcançar o sistema Eletrobrás, pressionará os estados e DF a também privatizar suas estatais, independentemente da postura dos governantes locais.

Contra isso, o STIU-DF conclama toda categoria à reflexão: vale à pena pagar para ver e votar em um candidato claramente privatista, que não hesitará em ameaçar os trabalhadores e a população do DF com desemprego e precarização dos serviços?

Cabe a cada trabalhador e trabalhadora decidir sobre esse risco no dia 28 de outubro.