O rombo na previdência dos militares está crescendo e pressiona em 44% o orçamento da Previdência Social para o pagamento de todos os benefícios de aposentadorias e pensões. É o que revela reportagem do Valor Econômico publicada neste fim da semana.

Segundo a matéria, o déficit na previdência dos militares para este ano está projetado em R$ 42,6 bilhões, sendo que para o ano que vem está previsto aumento para R$ 43,3 bilhões.

O que chama atenção é o número de militares e pensionistas beneficiados, que juntos representam 378.870.

Comparando os números com o Regime Próprio dos Servidores Públicos Civis da União (RPPS), que tem 683.560 beneficiários, o déficit neste caso representa R$ 45,4 bilhões este ano, com estimativa de R$ 44,3 bi no ano que vem.

O número de pessoas beneficiados no RPPS é quase o dobro dos militares e os valores não estão muito distantes.

Percebe-se que o rombo na previdência no regime RPPS está caindo porque em 2012 o governo federal aprovou o Funpresp, Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais. Neste caso, para se aposentar com a mesma remuneração da ativa, é preciso aderir à complementação.

Diferentemente dos militares, que não precisam complementar a aposentadoria e ainda sim recebem o mesmo salário da ativa, a contribuição mensal é de 7,5% da remuneração bruta, podendo chegar, em alguns casos, a 9%. Enquanto essa receita em valores reais deve ser de R$ 3,25 bi este ano, a despesa para o pagamento dos 378.870 benefícios será de R$ 21,3 bi.

Especialistas alertam que a conta não fecha. No entanto, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, que é capitão da reserva, sinalizou que deve fazer nova reforma na Previdência do regime RPPS sem mexer na previdência dos militares.