Quando iniciamos a luta contra a privatização da Eletrobras, em agosto de 2017, deixamos claro para todos que nossa estratégia consistia em obstruir o plano do governo, atrasá-lo ao máximo, até o período eleitoral, onde os brasileiros pudessem escolher entre um projeto privatista e outro que defendesse o patrimônio e a soberania nacional. Pois essa hora chegou.

Foram meses de intensa luta, articulação e mobilização e podemos dizer que até agora, apesar de algumas perdas, temos sido vitoriosos. Entretanto o PL 9.463/18 está parado na Câmara dos Deputados esperando apenas o resultado das eleições. Não temos dúvidas de que a vitória de um candidato privatista será um golpe duríssimo na luta em defesa da Eletrobras pública. Seguiremos lutando em qualquer circunstância, claro, mas em condições muito piores e não podemos iludir ninguém. Se foi difícil segurar a privatização por um ano, será extremamente difícil segurá-la por mais quatro anos frente a um governo privatista e com um congresso ainda pior do que o atual.

De um lado está Fernando Haddad do PT, que já se comprometeu inequivocamente contra a privatização, do outro Jair Bolsonaro do PSL, que já mudou de opinião várias vezes sobre o tema, dependendo da circunstância e do público para quem fala. Mais do que palavras o que conta são as ações, então vamos comparar como se comportaram os candidatos, partidos e equipes desde o anúncio da privatização em agosto de 2017.

PT, PCdoB, PSB, PSOL e PDT, além de algumas figuras de outros partidos estiveram o tempo todo ao nosso lado, travaram ao nosso lado as batalhas no parlamento e a eles somos gratos pela dedicação, o empenho e pelas vitórias conquistadas. Todos esses partidos, agora no segundo turno, apoiam a candidatura de Fernando Haddad, que inclusive recebeu nossas propostas para o setor elétrico.

Já o candidato Jair Bolsonaro, que é deputado federal, em momento algum nos deu qualquer ajuda nesse processo, foi um dos poucos deputados que se recusou a assinar o abaixo assinado pela realização de um referendo popular sobre a privatização da Eletrobras e votou a favor da privatização das distribuidoras.

O assessor econômico, guru e anunciado ministro da fazenda de Bolsonaro, Paulo Guedes, em inúmeras entrevistas já anunciou a intenção de privatizar a maioria das estatais inclusive a Eletrobras. Bolsonaro já disse em entrevistas à imprensa que era a favor da privatização, depois disse ser contra a entrega de algumas empresas da Eletrobras, sem dizer quais. Mas como pra nós o critério da verdade é a prática não temos dúvida de que um voto em Bolsonaro é um voto pela privatização e um voto em Haddad é um voto em defesa da Eletrobras pública.

Cabe a cada trabalhador e trabalhadora decidir de que lado estará daqui até o dia 28 de outubro.

20 – O futuro da Eletrobras está em suas mãos (3)