Não é só no setor elétrico que o número de acidentes aumentou com a terceirização. Na Petrobras, o índice subiu 10% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2018, segundo levantamento feito pelos sindicatos de petroleiro em todo o País.

Nesta quarta-feira (19), um supervisor de produção da empresa Alphatec teve a mão lesionada enquanto ensinava o trabalho a sua equipe, na Bacia de Campos. O trabalhador foi levado ao hospital, fez cirurgia e passa bem.

O acidente com o supervisor reforça uma triste realidade no setor de energia no Brasil. Quase todos os dias, pessoas que trabalham nessa área extremamente perigosa sofrem fraturas, queimaduras, lesões, mutilações ou até mesmo, perdem a vida.

O levantamento feito pelas entidades sindicais apontou que uma das principais causas do aumento no número de acidentes é a falta de condições mínimas de segurança para que os trabalhadores possam exercer a sua função. Outro ponto verificado ocorre em função da crescente contratação de mão de obra terceirizada no setor sem a devida qualificação profissional.

Embora tenha aumentado em 10% o número de acidentes na Petrobras, o dirigente da Federação Única dos Petroleiros (Fup), Tadeu porto, acredita que o índice pode ser ainda maior, uma vez que muitas ocorrências não são notificadas devido à obrigação de se reduzir as taxas de acidentes, condicionando metas no Plano de Negócios da empresa.

“Apesar das subnotificações, esse índice vem aumentando, como comprovam nossas pesquisas”, conta Tadeu.

Mortes

O levantamento das entidades sindicais da Petrobras revela que de 1995 até hoje, 81,48% das mortes no setor foram de terceirizados, enquanto que os óbitos de trabalhadores efetivos representaram 18,52%.

No setor elétrico, de cada 10 trabalhadores que morrem, oito são terceirizados.

Com informações da CUT Brasil