Sob o ataque privatista do governo, os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras iniciaram nesta segunda-feira (11) uma greve nacional de 72 horas para denunciar a tentativa de entrega da estatal à iniciativa privada e o desmonte do setor elétrico. Além disso, a categoria pede a saída do presidente da empresa, Wilson Pinto.

Na sede da Eletronorte, em Brasília, os eletricitários levaram um bolo em comemoração aos 56 anos de criação da estatal elétrica. Com duras críticas ao processo de privatização, os dirigentes sindicais do STIU-DF ressaltaram a importância da Eletrobras para o desenvolvimento social e econômico do país.

O governo ilegítimo de Michel Temer anunciou ano passado um pacote de privatizações, que colocou a Eletrobras na mira da iniciativa privada. A estatal é responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no país, controla 47 hidrelétricas, 114 térmicas, 69 eólicas e distribuidoras de energia de seis estados. Além de gerir o programa Luz Para Todos, que já levou energia elétrica para mais de 15 milhões de brasileiros.

A dirigente do STIU-DF, Fabiola Antezana, destacou que o movimento grevista da categoria é um sucesso. “Nossa greve está forte e conta com a ampla mobilização e participação dos trabalhadores”.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) parabenizou a categoria pela mobilização em defesa da Eletrobras pública. “Inegavelmente, a luta dos eletricitários tem sido fundamental para a disputa de narrativa com o governo. Hoje estamos comemorando o aniversário da Eletrobras e vamos comemorar em todos os anos que ainda vão chegar, porque os trabalhadores, através das suas representações sindicais fizeram a boa luta e derrotaram o governo e as suas intenções”, disse.

Kokay destacou que a Eletrobras é estratégica para qualquer projeto de desenvolvimento para o Brasil. “A soberania do nosso país não pode ser entregue ao mercado”. Ela criticou ainda a contratação por R$ 2 milhões da FSB comunicação pela Eletrobras para desqualificar a estatal e mandou um recado ao presidente da empresa. “Senhor Wilson você não cabe na grandeza desta empresa”

Apoio geral

A greve da categoria eletricitária tem recebido apoio de movimentos populares, centrais e entidades sindicais. No domingo, a Frente Brasil Popular emitiu uma nota que destaca que desde a chegada do atual presidente Wilson Pinto, a Eletrobras sofre ataques diários com tentativas de privatização.

“A Frente Brasil Popular está ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras que resistem e que nesta semana obtiveram importante vitória com a liminar de uma Ação Cível Pública em que a justiça reconhece que o processo de privatização precisa levar em conta os impactos nos direitos trabalhistas”, afirma o documento.

Campanha salarial

A data base da categoria eletricitária acontece em meio à onda privatizante do governo. Sem avanços na negociação do acordo coletivo de trabalho, a Eletrobras apresentou uma proposta, considerada insatisfatória pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). Na proposta, a empresa ofereceu 70% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC para reajustes nos salários e benefícios.

Nesse sentido, o CNE propôs a deliberação em assembleia de uma greve por tempo indeterminado, a partir do dia 25 de junho. Por ampla maioria, a categoria aprovou o encaminhamento do Coletivo.

Ainda nesta segunda-feira, a empresa encaminhou nova proposta para apreciação. Assim, o STIU-DF convoca os trabalhadores e trabalhadoras para importante assembleia nesta terça-feira (12), às 9h30, em frente à entrada principal da Eletronorte.