Com a pretensão de entregar a Eletrobras sem dívidas ao capital privado, o governo Temer anunciou, só nesta semana, que pagará dois débitos que juntos passam de R$ 20 bilhões. Por outro lato, pretende privatizar a maior empresa de energia elétrica da América Latina por míseros R$ 12 bi. Segundo especialistas, se todo o sistema elétrico brasileiro fosse construído hoje custaria cerca de R$ 400 bilhões.

Nesta quarta-feira (2), o presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, sinalizou a investidores estadunidenses que pagará U$$ 14,75 milhões de dólares referentes a um acordo, que ainda precisa ser aprovado pelo Tribunal Distrital dos EUA.

O acordo diz respeito a ações movidas contra a Eletrobras por investidores que teriam sido prejudicados devido aos casos de corrupção por parte de gestores da estatal.

“Existe uma enorme inversão de valores nesse caso. Que se punam os verdadeiros culpados dos casos de corrupção, não a empresa e o povo brasileiro, que de fato é quem vai pagar essa conta. Muitos parlamentares que estão dispostos a votar pela privatização da empresa estão seriamente envolvidos nessas denúncias”, aponta o diretor do STIU-DF, José Daldegan.

No início da semana já havia sido divulgado que a Eletrobras pagará dívida de R$ 20 bilhões, referentes ao fornecimento de óleo e gás para geração de energia na Região Norte do País por meio de energia térmica. O acordo inclui a desverticalização da Amazonas Energia, cujo contrato será transferido para a Amazonas Geração e Transmissão.