A Câmara Legislativa do DF protocolou no dia 21 passado a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico e Contra a Privatização da Eletrobras. A iniciativa suprapartidária dos deputados distritais se soma a outras iniciativas municipais, estaduais e federal. Todas juntas na defesa e no enfrentamento contra a venda criminosa da maior empresa de energia elétrica da América Latina.

É evidente e conhecido que o objetivo principal do governo Temer é entregar esse valioso patrimônio do povo brasileiro a empresas privadas.

Se fosse construído hoje, o sistema elétrico brasileiro formado por distribuidoras de energia, milhares de quilômetros de linhas de transmissão, centenas de hidrelétricas, termoelétricas, parques eólicos entre outras fontes renováveis custaria aproximadamente R$ 400 bilhões. No entanto, a equipe econômica de Temer quer vender tudo isso pelo valor irrisório de R$ 12 bi. Uma proposta inadmissível, inaceitável e fraudulenta.

A nova Frente Parlamentar, requerida pelo deputado Ricardo Valle e subscrita por vários distritais, também se somará a campanha nacional “Energia não é mercadoria” como importante instrumento de divulgação dos impactos desse ato lesivo ao povo brasileiro, assim como para a indústria, comércio e agricultura. Todos pagando energia elétrica ainda mais cara, caso essa grande irresponsabilidade venha a se concretizar.

Irresponsável porque está em jogo a soberania nacional, a segurança energética do Brasil com risco de apagões e a ameaça dos nossos rios, uma vez que a privatização do setor elétrico colocará o controle hídrico das nossas principais mananciais de água na mão de meia dúzia de empresa privadas. Lembra do desastre em Mariana? A vida no Rio Doce infelizmente agonizará por décadas por causa desse crime ambiental. É isso que queremos para o nosso futuro?

Além disso, a privatização do setor elétrico coloca prática um círculo vicioso perverso. Está em jogo o aumento do custo da produção industrial e agrícola, que inevitavelmente será repassado aos consumidores. Esses, por sua vez, já serão prejudicados com contas de luz ainda mais caras e ainda vão arcar com produtos inflacionados, resultando em grande perda de massa salarial. Isso para aqueles que conseguirem manter os seus empregos, pois a redução da produção de insumos agrícolas e industriais implicará na desocupação de milhões de pessoas, que se somarão a outros milhões de desocupados. Uma política nefasta que coloca em risco o futuro dos brasileiros, a economia e o meio ambiente.

É importante destacar que essa tragédia anunciada não tem respaldo da população. Segundo pesquisa do instituto Datafolha, divulgada em dezembro passado, 70% dos brasileiros são contrários as privatizações.

Contudo, Temer, sua equipe econômica e seus aliados no Congresso Nacional estão dispostos a tudo e já demonstraram o que são capazes.

Por isso, o movimento de combate a privatização da Eletrobras precisa ganhar cada vez mais força e visibilidade na sociedade. E certamente essa Frente Parlamentar será mais um importante instrumento de luta pela soberania nacional, pela segurança energética, pela preservação do meio ambiente e pelo equilíbrio econômico, que consiste na manutenção dos empregos e controle da inflação.

Nota Geral 06/2018 – Frente parlamentar contra a privatização