A comissão especial sobre a privatização da Eletrobras prevista para ser instalada nesta terça-feira, 6, foi adiada pelo deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), que presidia a reunião. A decisão foi tomada após questionamento do deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP) quanto ao regimento interno da Câmara.

De acordo com o regimento interno da casa, pelo menos metade dos integrantes das comissões especiais deve ser composta por membros titulares das comissões permanentes de mérito.  Neste sentido, Chinaglia solicitou o encerramento dos trabalhos até a instalação das comissões permanentes.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) destacou que o governo pretende desmontar o sistema elétrico nacional e destruir o “patrimônio de diversas gerações de brasileiros, que construíram um setor estratégico para alavancar o nosso desenvolvimento nacional, é isso que está em disputa aqui”, disse.

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF) o governo tenta burlar o regimento interno para ganhar tempo e entregar a Eletrobras à iniciativa privada. “A Eletrobras é uma empresa essencial para a produção agrícola industrial e para o desenvolvimento social, mas esse governo pouco se importa, quer apenas avançar uma agenda contra o povo brasileiro”, enfatizou. Ela ressaltou ainda que a instalação da Comissão de forma equivocada “busca esconder a fragilidade de um governo que está contra o povo brasileiro”.

O deputado e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, Danilo Cabral (PSB-PE) salientou que o debate da privatização da Eletrobras é uma questão central para o Brasil. “Nós estamos falando aqui de um tema que afeta a vida do povo brasileiro e afeta o destino do nosso país. Na prática essa decisão vai contribuir para o aumento da conta de luz e não pode ser tratada como uma questão secundária”, afirmou , Cabral.

A Comissão, que tem como objetivo discutir o Projeto de Lei 9463/18, será instalada após cumprimento dos ritos internos da casa.