No Brasil e no mundo, a mobilização das mulheres é um instrumento fundamental para a luta contra a violência física, econômica e institucional.

Muito mais do que homenagens e comemorações, o Dia Internacional da Mulher é um momento de reflexão e mobilização. Inclusive, neste ano, está prevista a realização de greve geral em pelo menos 40 países devido à onda conservadora que vem ganhando força no mundo todo. Esta será a primeira vez que protestos como este são realizados em escala mundial.

Essa grande greve internacional das mulheres pode marcar um salto expressivo na reconstrução das mobilizações sociais contra a opressão, o machismo, a injustiça e a violência física, econômica e institucional.

No Brasil não é diferente e elas são alvo de todo tipo de violência. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em média, 135 brasileiras são estupradas todos os dias. Isso desconsiderando os casos de subnotificação por vergonha, ou por receio de nova violência.

O feminicídio também atinge índices alarmantes no Brasil. A cada dia, 12 mulheres são assassinadas. Em grande parte, pelos próprios companheiros. Outro dado que surpreende é o número de pessoas trans vítimas de homicídio. Em todo o País, uma é assassinada a cada 48 horas, sendo que 94% dos casos são do gênero feminino, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais.

Em termos econômicos, as brasileiras também são sistematicamente violentadas. Elas ganham menos do que eles em praticamente todas as profissões. Em alguns casos chegam a recebe 30% menos do que eles.

Elas também são as principais vítimas do desemprego. Enquanto as mulheres amargam o índice de quase 20% de desocupação, os homens atingidos representam 10,5%.

A reforma da Previdência, que ainda não está descartada pelo governo Temer, seria mais uma grande violência institucional da qual as mulheres são sempre vítimas. Elas teriam que trabalhar por mais tempo sujeitas a ganhar ainda menos.

Hoje, para se aposentar, elas podem conseguir o benefício de duas formas. Uma pelo fator 85, que é a soma da idade mais o tempo de contribuição. A outra, pelo fator previdenciário, que representa 30 anos de contribuição e 60 anos de idade para receber a aposentadoria integral.

Além de querer acabar com o fator 85, Temer queria elevar para 40 anos de contribuição e 62 anos de idade o direito delas de receber o benefício integralmente.

A proposta de privatização da Eletrobras pelo governo Temer se apresenta como outra grande barbárie institucional, especialmente contra as mulheres. Isso porque, caso venha a ser aprovada pelos deputados e senadores, haverá aumento inicial na ordem de 17% na conta de luz. Isso fora reajustes posteriores que virão para satisfazer os interesses dos empresários que adquirirem a maior empresa de energia elétrica da América Latina. Dessa forma, a remuneração das mulheres será ainda mais afetada, uma vez que teriam que arcar com aumentos sistemáticos na tarifa, acarretando em grande aumento em suas despesas, comprometendo de forma substancial suas remunerações.

É importante destacar que nos últimos anos vem aumentando a quantidade de lares chefiados apenas por mulheres. Esse número vem crescendo desde 2012. Segundo o IBGE, dos 69,2 milhões de lares, 28,7 milhões são comandados por elas.

Se a reforma da previdência e a privatização da maior empresa de energia elétrica da América Latina vierem a se consolidar, as mulheres continuarão sendo as principais vítimas da violência no Brasil. Não apenas de ordem física, mas também de forma moral, econômica e institucional.

Por isso, mobiliza-se contra toda retirada e ataque dos seus direitos. Participe dessa grande rede de resistência acessando e compartilhando o material das nossas redes sociais e dos atos programados.

Programação 08 de março

Manifestação:

Esplanada dos Ministérios
Museu Nacional
14h às 21h

 

NOTA GERAL 1 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER