Não bastassem os problemas que estamos tendo na construção da defesa e luta contra a entrega do Setor Elétrico estatal a preço de banana para os chineses (Furnas nesse bolo), os sindicatos foram surpreendidos na semana passada com a emissão de uma carta da RH.A, endereçada a todas às Superintendências da empresa, com uma relação anexa, para corte nos salários dos trabalhadores que recebem o adicional de periculosidade, com a justificativa de revisão das referidas concessões.

De acordo com o documento, os casos a serem revistos são: – trabalhadores cujos cargos são incompatíveis com a realização de trabalhos em áreas “periculosas”; – casos em que os trabalhadores deveriam receber o adicional por trabalho intermitente e o recebem integral; – casos em que os trabalhadores estão aposentados por “aposentadoria especial” , mas trabalham em áreas em que é devido o adicional de periculosidade, cuja interpretação da lei vigente por parte de Furnas, esses trabalhadores não poder exercer funções em áreas de risco elétrico, e não podem, assim, receber o referido adicional; – e mais, proibindo os trabalhadores de realizarem tarefas nas áreas periculosas, além de suspenderem seus credenciamentos de forma imediata ate a conclusão da revisão.

O ruído foi grande em todas as áreas da empresa, o que gerou várias informações desencontradas, todas elas no sentido de prejudicar o contingente de empregados que recebem o referido adicional.Imediatamente solicitamos uma reunião para esclarecimento e por problemas de agenda dos diretores de Furnas a reunião só aconteceu hoje. Os sindicatos criticaram fortemente a forma e condução por parte da empresa na comunicação da medida que atinge diretamente a vida dos trabalhadores ao promover a perda de 30% dos seus salários.

Propomos a suspensão do processo ou, minimamente, a criação uma comissão paritária para análise, mas a empresa se recusou tacitamente as propostas. Deixamos claro que a nossa preocupação era justamente com o não pagamento do direito para aqueles que efetivamente continuam trabalhando normalmente nas áreas periculosas no mês em curso.

Apresentamos vários casos específicos que ocorrem nas áreas regionais, os quais os trabalhadores atuam em áreas de risco e possam constar da relação de corte da RH.A, e a promessa é que não serão prejudicados. Foi garantido na mesa de reunião por parte de Furnas que nenhum trabalhador deixará de receber o adicional de periculosidade, se a empresa entender que está exercendo a função em local periculoso, no mês de outubro.

Os empregados que se acharem prejudicados devem procurar seus sindicatos para questionarmos a empresa.

Comprovante de Lanche

A DF emitiu uma correspondência exigindo a apresentação de comprovante legal relativo ao lanche que os trabalhadores(as) têm direito em atuações realizados no campo, em subestações, salas de controle das usinas e outros. O DF que participou da reunião não tinha conhecimento de uma série de excepcionalidades que torna quase impossível apresentar o referido comprovante, pois temos “áreas de risco” , áreas muitos afastadas dos centros urbanos.

Colocamos para o DF que a IN sobre o assunto impõe a Furnas fornecer o lanche “in natura” ao trabalhador no seu local de trabalho, o que também para a empresa além de ser muito difícil o custo e a logística ficariam muito caro para empresa. A empresa vai rever a norma e emitirá nova comunicação aos trabalhadores.

A reunião transcorreu num clima profissional, mas algumas perguntas ficaram no ar:

– por que somente agora foi feito esse trabalho de conferência sobre a concessão do adicional de periculosidade, visto que temos órgãos de Auditoria Interna, Controle Interno que poderiam ser acionados na empresa, e só agora essa verificação está sendo feita?

– será que essa providência da empresa tem como pano de fundo empurrar os operadores e técnicos de manutenção, eletroeletrônica e outros atingidos por essa medida, os quais em sua maioria são “tetados” para empurrá-los a sair no PAE, tendo em vista a diminuição de 30% ou mais em seus salários?

Deixamos bem claro para a empresa não confundir as suas ações de redução e racionalização de custos com descumprimento da lei, ou seja, não pagar o adicional de periculosidade a quem efetivamente trabalha em área de risco.

Tivemos algumas surpresas desagradáveis no transcorrer da reunião, pois notamos uma apatia total por parte dos diretores da casa presentes na reunião em relação à privatização da empresa. Mas a maior decepção ficou por conta da liderança ser exercida pelo DF com menos de 6 meses na empresa, inclusive nos assuntos pertinentes a área de recursos humanos.

Energia não é mercadoria! Vamos Lutar contra a entrega do nosso patrimônio público!Furnas Unida, Jamais Será Vencida!