Todos os dias, às 6h, a assistente administrativa Carolina Gazzeta, de 26 anos, acorda para sair para o trabalho. Apesar do cansaço, ela se apressa para não correr o risco de pegar um trânsito ainda mais engarrafado na saída do Riacho Fundo I, onde mora, para ir ao trabalho. Para chegar à gráfica onde trabalha, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), a jovem leva em média de uma hora a uma hora e 20 minutos no percurso, saindo pela Estrada Parque Núcleo Bandeirante, um dos trechos de tráfego mais intenso no Distrito Federal na hora do rush. O fato não é nada incomum. Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que Brasília é a terceira capital com maior demora no trânsito casa-trabalho do Brasil.

De acordo com análise do Ipea sobre a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD) 2009, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), Brasília tem 48,6% trabalhadores com tempo de deslocamento de casa para o trabalho maior que 30 minutos. O DF só perde para as maiores capitais do País: Rio de Janeiro, em primeiro lugar, com 56,1% dos trabalhadores, e São Paulo, em segundo, com 55,6%.

Espera

Carolina Gazetta, que vai todos os dias da semana para o trabalho no SIG, afirma que gasta um bom tempo no trânsito até o trabalho, mas que a situação piora sempre na hora da volta. “Se o trânsito estivesse legal, dava para fazer em 20 a 30 minutos. Mas do jeito que fica ali, levo 30 minutos só até o Bandeirante. Como minha mãe mora lá, dou uma paradinha para esperar desafogar o movimento, pois fica difícil”, disse a trabalhadora. Ela vai sempre de carro e afirma que se fosse de transporte coletivo tudo poderia ser pior. “Lá em casa são dois carros e cada um de nós usa um”, afirmou.

(Vinícius Borba, Jornal de Brasília)