“Nunca vi um lugar com tantos problemas na área de Saúde como o Distrito Federal. A quantidade de problemas que tem aqui me surpreendeu”. Com essa frase, a secretária de Saúde do DF, Fabíola Aguiar, admite que a situação é difícil de ser contornada. Com 20 mil pacientes a espera de cirurgia, ausência de médicos e enfermeiros, falta de medicamentos, de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e até falta de materiais básicos para a limpeza, como mostrou ontem o Jornal de Brasília, a situação ainda se agrava no Hospital Regional de Santa Maria, que ameaça fechar as portas da UTI para novos pacientes caso a secretaria não pague uma dívida que, segundo Fabíola, uma parte já está quitada, e a outra ainda está dentro do prazo de vencimento garantido no contrato.

Diante da ameaça, a Secretaria de Saúde procurou a Justiça para evitar que o Hospital, cuja administração é de responsabilidade da Real Sociedade Espanhola, pare de receber novos pacientes nos leitos de UTI. Uma liminar foi expedida pelo Juiz de Direito da 8° Vara da Fazenda Pública do DF, Donizeti Aparecido da Silva, intimando, com urgência, o representante da Real Sociedade em Brasília para que se abstenha de interromper os serviços que presta no HRSM, sob multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.

A Secretária de Saúde acusa ainda o hospital de não ser transparente quanto a aplicação da verba que é repassada, e questiona, inclusive, o patrimônio pessoal do diretor do Hospital, Evandro Oliveiro da Silva. “Primeiro, eu acho o salário do diretor um tanto quanto expressivo.
R$ 35 mil é muito dinheiro. Outra coisa que eu não entendi, na apresentação de recursos feita pelo diretor, é de como, em apenas dois meses, o patrimônio pessoal dele pulou de R$ 4 milhões para R$ 6 milhões. Não questionei isso para ele, minha função é apenas analisar e eu não quero gerar um bate-boca. Se a Justiça achar necessário, ele que se explique para o juiz”.

(Fonte: Ana Paula Andreolla e Danielle Baeza, Jornal de Brasília)