O Metrô nega as afirmações do Sindicato dos Metroviários (SindMetrô) de que haveria redução dos salários dos pilotos. Segundo a empresa, a proposta rejeitada pela categoria oferecia uma diminuição das horas trabalhadas de 40h para 30h, sem diminuição salarial. No entanto, os funcionários afirmam que essa era a negociaçao inicial, substituída na última segunda-feira (18/10). Segundo o secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF), Anderson Ferreira, a nova oferta é de redução no tempo de trabalho por 90 dias – um período experimental –, mas com diminuição dos salários.

Apesar de ter operado apenas com seis trens logo no início da manhã, o Metrô destaca que, por volta de 8h, oito veículos já estavam em circulação. Ainda segundo o órgão, mais trens serão colocados para operar de acordo com a quantidade de funcionários que comparecerem, mas não há como prever essa quantidade. Com 30% do efetivo trabalhando, no mínimo seis veículos irão circular no período de greve.

De acordo com a empresa, a adesão à greve ocorreu, apenas, entre os pilotos; os funcionários das demais áreas – centro de controle, segurança e estação – compareceram, praticamente, 100%. A informação é negada pelo sindicato da categoria, segundo o qual, há apenas 30% dos funcionários em todos os setores.

Ainda segundo o Metrô, não há previsão de nenhuma nova rodada de negociações com a categoria. A empresa levou a paralisação ao conhecimento da Justiça do Trabalho. No entanto, o SindMetrô afirma não ter sido notificado.

Reivindicações
Além da redução da carga horária para os pilotos – que motivou a greve, segundo o sindicato, por trazer uma posterior redução salarial –, a categoria também exige a convocação dos cerca de 200 aprovados em concurso público cuja validade expira no dia 25 deste mês.

Anderson destaca que há um déficit de cerca de 500 funcionários no Metrô. Segundo o secretário de assuntos jurídicos do sindicato, a área mais carente na empresa é a de segurança. “Não há funcionários desse setor em todas as estações. Precisamos de, pelo menos, mais 150 funcionários”. Segundo ele, as novas contratações deveriam suprir essa falta, existente, ainda, nas estações e entre os pilotos. O Metrô destaca que a proposta rejeitada pela categoria se comprometia em convocar, até o próximo dia 25, os aprovados do cadastro reserva. No entanto, o sindicato afima que o número é insuficiente para cobrir a demanda.

Outra questão reivindicada pelos metroviários é o retorno de concursados às bilheterias. De acordo com Anderson, a função já havia sido terceirizada anteriormente, mas voltou a ser exercida por aprovados em concurso após uma decisão judicial. No entanto, no início deste ano, a Companhia do Metropolitano voltou a terceirizar o serviço de bilhetagem. “Com isso, os servidores anteriormente lotados nas bilheterias foram remanejados de função, mas ficam grande parte do tempo ociosos”, ressalta Anderson. A proposta do Metrô era aguardar a decisão final do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

(Fonte: Débora Álvares, Correio Braziliense)