A regulamentação para instalação de medidores eletrônicos para consumidores da baixa tensão deverá estar pronta no primeiro semestre do ano que vem, segundo perspectivas da Agência Nacional de Energia Elétrica. A entidade colocou o tema em audiência pública a partir da próxima sexta-feira, 1º de outubro, até o dia 17 de dezembro. A sessão presencial ocorrerá no dia 9 de dezembro. De acordo com a agência, o objetivo da AP é definir o padrão do medidor a ser instalado pelas distribuidoras – grandeza, funcionalidades, sistema de comunicação e informação ao consumidor, tensão do fornecimento e o tempo das interrupções.
Pela proposta da Aneel, as medidas começariam a ser aplicadas pelas concessionárias 18 meses após a publicação da resolução, para que os fabricantes consigam se adequar ao que for definido. “Provavelmente, essa é a grande revolução que nós vamos passar no setor de distribuição de energia”, destacou o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, durante reunião de diretoria, que aconteceu nesta terça-feira, 28 de setembro.
Segundo o diretor relator, André Pepitone, a regulamentação do medidor eletrônico é o primeiro passo para a implantação das redes inteligentes pelas distribuidoras. Segundo ele, as concessionárias já começaram a implantação de medidores eletrônicos em algumas unidades de consumidores, mas esses medidores têm poucas funcionalidades adicionais. “Queremos ter um padrão de medidores, porque esse é o primeiro passo para que seja realizada uma alteração na metodologia da estrutura tarifária”, explicou o diretor.
Com medidores eletrônicos mais avançados, será possível a aplicação da tarifa horosazonal para os consumidores da baixa tensão, a exemplo do que já é feito com o grandes consumidores. Na tarifa horosazonal, o preço da energia é mais caro nos horários de ponta. Além disso, o consumidor também terá acesso a todas as informações sobre o seu consumo de energia e poderá evitar consumir quando a tarifa for mais cara. Para as distribuidoras, a medição eletrônica é uma ferramenta para combater perdas técnicas e não técnicas, além de agilizar os problemas operacionais, já que permite acesso e leitura remotos, facilitando a suspensão do fornecimento e religamentos.
De acordo com a Aneel, não serão definidas, nesse primeiro momento, metas para a implantação dos medidores e as regras valerão para a implantação de medidores em novas unidades de consumidores e também para reposição de medidores antigos. No entanto, a agência estuda um plano para a substituição de todos os 63 milhões de medidores no longo prazo. A agência disse ainda que a regulamentação abrange os subgrupos B1 – residencial, exceto baixa renda – e B2 – industrial e comercial. “Essa regulamentação vai propiciar a interabilidade de tecnologia e equipamentos, possibilitando a implantação das redes inteligentes no país”, completou Pepitone. As contribuições para a Audiência Pública nº 043/2010 poderão ser enviadas para o e-mail ap043_2010@aneel.gov.br.
(Fonte: Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia)
