A Polícia Federal (PF) multou os bancos em R$ 2,250 milhões por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança. As penalidades foram aplicadas durante a 87ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) do Ministério da Justiça, sob coordenação da PF, realizada na terça-feira, dia 21, em Brasília.

“Apesar dos lucros astronômicos, os bancos tratam com descaso a segurança dos estabelecimentos, não cumprindo a legislação e não fazendo os investimentos necessários para proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes”, avalia Ademir Wiederkehr, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e representante na CCASP.

O ranking de multas foi liderado pelo Bradesco, com R$ 504 mil. A principal irregularidade do banco foi a utilização ilegal de bancários para fazer transporte de valores nos estados de Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Ceará e Sergipe, totalizando R$ 296,8 mil. Essa atividade deve ser feita exclusivamente por vigilantes, de acordo com a legislação e a portaria da PF.

Na lista das multas, o Santander ficou em segundo lugar com R$ 490 mil, seguido pelo Banco do Brasil com R$ 416 mil, Itaú Unibanco com R$ 346 mil e Caixa Econômica Federal com R$ 271 mil.

Foram julgados 312 processos, sendo aplicadas 183 multas. Na maioria dos casos, as instituições financeiras foram punidas por funcionamento de agências e postos sem plano de segurança aprovado pela PF, número insuficiente de vigilantes e falhas no sistema de alarme.

Confira abaixo a relação dos bancos multados

Bradesco – R$ 504 mil
Santander – R$ 490 mil
Banco do Brasil – R$ 416 mil
Itaú Unibanco – R$ 346 mil
Caixa Econômica Federal – R$ 271 mil
HSBC – R$ 65 mil
Banco Regional de Brasília – R$ 65 mil
Banco Indusval – R$ 29 mil
Banco KDB do Brasil – R$ 23 mil
Banco Industrial e Comercial – R$ 21 mil
Safra – R$ 10 mil
Banco da Amazônia – R$ 10 mil
Total: R$ 2,250 milhões

Foi a terceira reunião em 2010 da CCASP, que é um fórum tripartite criado em 1985 e conta com representantes do governo federal e de entidades patronais, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e dos trabalhadores, como a Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV).

A CCASP se reúne em média a cada três meses, tem caráter opinativo e julga processos abertos pelos fiscais das Delegacias Estaduais de Segurança Privada (Delesp) da PF.

(Fonte: Contraf-CUT)