O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, assinou nesta quarta-feira (22/9) decreto que cria a Universidade Regional de Brasília e Entorno (URBE). A nova universidade terá sede em Samambaia e será composta por instituições públicas de educação superior, profissional e tecnológica mantidas pelo governo do DF.
A proposta prevê que a URBE tenha oito unidades acadêmicas. Uma delas seria a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), que oferece os cursos de graduação em medicina e enfermagem e mestrado em medicina. Também farão parte da universidade as academias das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. As demais unidades, que ainda serão criadas, são as escolas superiores de educação, artes, tecnologia e administração pública.
Para organizar e implantar a URBE, foi criada uma comissão executiva coordenada pelo diretor-geral da ESCS, Mourad Ibrahim Belaciano. A equipe, que também inclui secretários de estado, procuradores-gerais do DF e diretores das academias, terá 90 dias para concluir os trabalhos. “Ao fim desse prazo, apresentaremos ao Conselho de Educação do DF toda a documentação necessária”, afirma Belaciano. O material inclui o projeto pedagógico da universidade, seu Plano de Desenvolvimento Institucional e papéis de ordem jurídica.
Descentralização
Não há previsão de quando a universidade começará a funcionar. Suas obras não têm data para ser iniciadas. A ideia é que a instituição seja descentralizada. Em Samambaia, seria erguido o prédio da reitoria. “As unidades acadêmicas que ainda não existem poderão se localizar em outras cidades”, cogita o coordenador da comissão executiva. “Temos compromisso com as cidades satélites e a região do Entorno, áreas mais desassistidas quanto à oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior”, complementa.
Parte dos professores temporários viria de órgãos da administração pública. Cada unidade acadêmica da URBE se vincularia a uma secretaria do GDF, a exemplo da ESCS, ligada à pasta da saúde. “A de administração pública, por exemplo, vai ser mantida pela Secretaria de Planejamento”, antecipa o coordenador.
A Escola de Música de Brasília (EMB) integraria a futura escola superior de artes. “Atualmente, a EMB só forma técnicos. Ela passará a formar profissionais com diploma de nível superior”, observa Belaciano. Já a ESCS criaria outros cursos de graduação – como nutrição, farmácia, terapia educacional e educação física – e pós-graduação. “A implementação desses novos cursos vai ser feita de acordo com as necessidades do sistema de saúde do DF e do Entorno”, explica.
O coordenador do curso de medicina da ESCS, Paulo Roberto Silva, é favorável à incorporação da escola à universidade distrital. “Faremos parte de uma estrutura maior, contaremos com mais recursos. Passaremos a ter autonomia de universidade”, argumenta. Ele também apóia o vínculo da URBE com o funcionalismo público. “A proposta que foi feita, de ligar a universidade aos serviços públicos, é inédita. O estudante aprende na prática e os servidores criam uma visão crítica do próprio setor”.
(Fonte: Correio Braziliense)
