O desrespeito e a violência contra as mulheres começam a pesar no bolso dos companheiros agressores. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) condenou um agressor a pagar R$ 20 mil de indenização para a companheira. Ainda há espaço para recurso, mas órgãos ligados à proteção das agredidas, como a Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência (Pró-Vítima), consideram a decisão um avanço necessário para frear a escalada de violência contra a figura feminina.

Apesar da Lei Maria da Penha, redigida para coibir a violência doméstica contra a mulher, socos, chutes e ataques verbais desferidos pelos próprios companheiros continuam a tirar a paz das brasilienses. Segundo a Pró-Vítima, até junho deste ano já foram registrados 4.645 casos de violência contra a mulher no DF. É uma média de um caso por hora. De 2008 para 2009, o total de registros saltou de 7.100 para 9.597.

“É um cenário preocupante. Tudo leva a crer que a violência contra a mulher está crescendo. Tivemos um grande aumento no número de casos nos últimos anos. E os dados parciais deste ano estão tão altos quanto os do ano passado. Talvez pela Lei Maria da Penha as mulheres estejam mais encorajadas a denunciar. Mas mesmo assim o total de casos ainda é preocupante”, afirma a subsecretária da Pró-Vítima, Valéria Velasco.

Aos olhos de Velasco, a decisão do TJDF é um sinal de avanço para o combate à violência doméstica, pois leva a punição para a conta bancária do agressor. “A Lei Maria da Penha é muito moderna. Mas a sociedade precisa de mecanismos para fazer com que a letra da lei seja cumprida, que vire realidade. Se souberem que seus atos vão doer no bolso, na liberdade, esses homens vão repensar suas atitudes. Eles agridem porque acreditam que vão ficar impunes”, completa a especialista.

(Fonte: Jornal de Brasília)