A entrega do setor a investidores privados, potencialmente estrangeiros, não faz parte atualmente das políticas dos maiores produtores de energia hidrelétrica do mundo. Juntos, China, Canadá, Brasil e Estados Unidos são responsáveis por 52,8% da energia hidrelétrica produzida, segundo dados da Agência Internacional de Energia. Em todos eles, os governos se destacam como donos do negócio.

Na China, a estatal Three Gorges Corporation opera Três Gargantas, disparada a maior hidrelétrica do mundo, localizada no rio Yang-tsé. Por meio de uma subsidiária, a China Yangtze Power Co., controla a 2ª e a 3ª maiores hidrelétricas chinesas, Xiluodu, com capacidade equivalente à de Itaipu, e Xiangjiaba.

No Canadá, onde 60% da energia é hidrelétrica, o setor é dominado por companhias dos governos provinciais, que constituíram empresas públicas.

Em províncias como Columbia Britânica, Manitoba, Nova Brunswick e Québec as controladoras da produção hidrelétrica pertencem ao governo. Em Ontário ocorre o mesmo e, nesta província, onde fica Toronto, a maior cidade canadense, a venda ao mercado de cerca de 30% das ações da Hydro One, uma companhia estatal que transmite energia (não é geradora) foi recebida com indignação pela população em 2015 e 2016.

Nos Estados Unidos, a energia hidrelétrica tem um peso menor. Cerca de 10% da matriz energética norte-americana é renovável e, desse montante, 26% é produzido pelas hidrelétricas. Ainda assim, trata-se de um setor estratégico. Nos EUA, o maior operador de energia hidrelétrica é o Corpo de Engenheiros do Exército, que controla barragens como John Day, The Dalles e Bonneville, todas no rio Columbia. O segundo maior produtor de energia hidrelétrica nos EUA é o United States Burea of Reclamation, uma agência federal que responde ao Departamento do Interior.

O presidente do EUA, Donald Trump, lançou em maio um enorme plano de privatização de infraestrutura, mas nem mesmo o empresário, que deseja entregar largas fatias da infraestrutura nacional ao mercado, ousou privatizar as usinas hidrelétricas.

Uma das ideias de Trump, por exemplo, é privatizar a Administração Energética de Bonneville, agência federal criada em 1937 para vender a energia da usina de Bonneville, operada pelo Exército. Há diversas críticas à ideia, como a feita pelo jornal Seattle Times em editorial de 29 de maio. Para a publicação, se o plano de Trump avançar, o Noroeste dos EUA pode “dar adeus à energia pública e barata e olá para os poderosos da energia de Wall Street”.


CALENDÁRIO CNE


Dia 30/08/2017 – quarta-feira

Horário – 14h00

Reunião de preparação para audiência

Local: STIU-DF – SCS QD 06 – Edifício Arnaldo

Villares, 7º andar

Dia 31/08/2017 – quinta-feira

Audiência sobre a Reorganização do Setor Elétrico na Câmara dos Deputados, Comissão de Meio Ambiente e Comissão de Integração Nacional.