Para cobrir o rombo fiscal, Wilson Pinto, Fernando Coelho e Temer acenam com a venda das empresas do sistema Eletrobras.

No dia 21 de agosto, o Ministério de Minas e Energia publicou, em sua página oficial, um Comunicado anunciando a decisão de desestatizar a Eletrobras, alegando que, todos os esforços que vêm sendo desenvolvidos pela atual gestão da Holding não têm sido suficientes para sanar a difícil situação na qual a empresa se encontra. Disse ainda que as dívidas e ônus do passado se avolumaram e exigem uma mudança de rota para não comprometer o futuro da Eletrobras.

No mesmo comunicado, afirma que os problemas decorrem de ineficiências acumuladas nos últimos 15 anos, que impactaram a sociedade em cerca de um quarto de trilhão de reais, implicando no uso de recursos públicos que poderiam ser investidos em segurança, educação e saúde.

São desculpas para justificar a entrega do nosso patrimônio para a iniciativa privada por meros 20 bilhões de reais.

Presidente sem palavra – Desde que Wilson Pinto assumiu a Presidência da Eletrobras deu sua palavra reiteradas vezes, garantindo que não tinha vindo para privatizar a Eletrobras e suas empresas, chegando a afirmar que a venda das distribuidoras já era uma determinação do governo Dilma. Mas sempre negou, de maneira veemente, que privatizaria as empresas de geração e transmissão. Como se vê, o presidente não tem palavra, pois, agora, tornou-se o mais árduo defensor da privatização da Eletrobras.

Em mais uma demonstração de desrespeito, os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Eletrobras souberam do seu futuro pelos meios de comunicação, ao serem informados que o governo federal irá diminuir a participação da União no controle acionário da Eletrobras, o que, em outras palavras, nada mais é que a privatização das empresas componentes do Sistema Eletrobras.

Unidos em defesa do Brasil – Para os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte, vender a Eletrobras é entregar a Amazônia para a iniciativa privada, seja para os italianos, portugueses ou mesmo chineses. E não vamos permitir que entreguem a Amazônia aos estrangeiros. O povo da Amazônia vai saber se defender, defender as nossas empresas Eletrobras e Eletronorte da sanha do entreguista e, principalmente, defender nosso patrimônio e nossa soberania.

Não acreditamos que as bancadas federais na Câmara e Senado irão concordar com mais esse golpe, mas acreditamos que nossos trabalhadores e trabalhadoras saberão defender nossas empresas e os interesses do Brasil.

A nossa Eletronorte, todos sabemos, sempre foi agente indutor de desenvolvimento na região Norte e, hoje, é detentora de toda expertise de geração e transmissão de energia em regiões de difícil acesso, como a nossa. Além do que investe maciçamente em desenvolvimento regional por meio de pagamento de royalties, parcerias com estados, municípios e em ações de compensação às comunidades nos entornos dos nossos empreendimentos.

Mais uma vez somos chamados para defender nossa empresa, nosso emprego e, agora, a Amazônia e o Brasil, contra o entreguismo desse governo ilegítimo e usurpador. Sabemos como fazer a luta e vamos lutar.


Sindinorte se reúne com o presidente da Eletronorte

Ainda no dia 22 de agosto, pela manhã, o Sindinorte se reuniu com o senhor Vilmos Grunvald, presidente da Eletronorte, e o questionou sobre a mensagem do Ministério de Minas e Energia e o comunicado ao mercado feito pela Eletrobras propondo a privatização das empresas.

A resposta do presidente é que o mesmo estava tão surpreso quanto nós e que não tinha nenhuma informação sobre o assunto. No entanto, se permitiu fazer algumas considerações, onde admitiu que existem diversos modelos que permitem ao governo continuar no comando da gestão, mesmo sem ter mais o controle acionário das empresas, algo que sabemos ser difícil de acontecer, pois o acionista majoritário, com certeza, irá querer conduzir o destino de onde ele aporta a maior parte do capital.

O que mais nos espantou foi ver o presidente da Eletronorte admitir que não havia sido consultado sobre o futuro da empresa que ele dirige, o que demonstra uma total desorganização gerencial do modelo implantado pela diretoria da Eletrobras, que afirmou o mesmo quando foi consultada sobre a Consulta Pública 33, que propõe a alteração do marco regulatório do setor elétrico, algo que afeta e afetará o futuro de nossas empresas.

O Sindinorte já deixou avisado ao presidente da Eletronorte que vai procurar a bancada da região Norte no sentido de alertar sobre os riscos da privatização da Eletrobras, e em especial da Eletronorte para a região e para o Brasil.

Esclareceu também que mobilizará os trabalhadores e trabalhadoras sobre a importância da luta pelos seus empregos e pela manutenção da empresa pública e estatal devido a sua importância estratégica para a região Amazônica.


A Luta está apenas começando

A decisão de privatizar a Eletrobras está sendo criticada por diversos especialistas do setor, que apontam não ser essa uma medida apropriada. Todos demonstram que, na verdade, o que estar por trás dessa medida do governo golpista, nada mais é que entregar o nosso patrimônio ao capital estrangeiro, sob a justificativa de diminuir a tarifa da energia.

Esse governo sempre usa o exemplo da privatização da telefonia como um caso de sucesso. Mas, se pesquisarmos bem, poderemos ver como exemplo uma reportagem de 24 de novembro de 2014, do jornal O Estadão (jornal simpático ao atual governo) e comprovar o alerta feito pela União Internacional de Telecomunicações de que um estudo publicado em Genebra constatou que a telefonia e o acesso à Internet no Brasil ainda estão entre os mais caros do mundo e os altos custos freiam a capacidade de garantir que os serviços cheguem a toda população.

É lógico que temos fartos argumentos para demonstrar que essa medida do governo é um desmembramento do golpe. Para isso, precisaremos levar essas informações a todos os espaços possíveis.

Independentemente de nossa articulação política, o mais importante mesmo será a nossa disposição para lutar. Essa luta se construirá na porta da empresa, no estado de greve, na greve, em nossa disposição em estar nas audiências públicas que vamos chamar nas esferas políticas municipal, estadual e federal, nas ruas convencendo a população e ajudando no esclarecimento do nosso povo.

Temos que estar preparados para fazer a luta e para bancar a luta, pois os custos arcados pelas entidades sindicais estão sendo muito grandes e a manutenção de uma luta mais forte exigirá sacrifícios de todos nós também.


Fique alerta! Participe das assembleias para deliberar sobre o nosso calendário de luta e mobilização.

 

CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Dia 31/08 – Audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a reorganização do setor elétrico e suas consequências.

Dia 12/09 – Lançamento da Rede Parlamentar e da Campanha Contra a Privatização.

Dia 15/09 – Ato em defesa da Eletronorte em Belém.

Dia 03/10 – Ato nacional em defesa da soberania nacional, contra a privatização da Eletrobras e Petrobrás/RJ (agenda incorporada pelas Frentes Povo sem medo e Brasil Popular)