Pelo menos 205 deputados disseram ser contra a reforma da previdência. Foi o que revelou pesquisa feita pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis). O levantamento, que divulgado agora, foi feito entre os dias 9 e 16 de maio e finalizado um dia depois de Joesley Batista, dono da Friboi, chamar Temer de “o chefe da quadrilha mais perigosa do País”.

O Sindilegis entrevistou 512 dos 513 deputados. Segundo a pesquisa, 205 parlamentares disseram que são contra a proposta de Temer para reformar a Previdência. Para aprovar a PEC 287/16 são necessários 308 votos.

Apenas 77 deputados disseram que são a favor. Desses, 36 confirmaram que votariam sim, mas com ressalvas. Entre os indecisos estão 57 deputados. Outros 173 não quiseram responder. Só uma deputada não foi consultada porque estava de licença.

Em maio deste ano, o Datafolha revelou que sete entre dez brasileiros eram contra a reforma da previdência. Enquete feita no site do PMDB, partido do presidente Michel Temer, mostrou índice ainda maior, com 95% dos internautas contrários à reforma.

Para o dirigente sindical do STIU-DF, Arthur Caetano, os parlamentares estão deixando de lado, momentaneamente, os interesses do sistema financeiro, e reconhecendo a vontade do eleitor.

“No ano que vem tem eleição e com isso os deputados estão revendo suas posições em relação às sucessivas retiradas de direitos da classe trabalhadora, como a terceirização, a reforma trabalhista e a PEC que limitou investimentos em saúde e educação. Daí a preocupação em preservar o mandato para se reeleger e manter o foro privilegiado em função de muitos terem problemas com a Justiça”.

Em meados de julho deste ano, a CPI da Previdência no Senado revelou que não existe rombo na seguridade social como vem propagando o governo. Ao contrário disso, há superávit nas contas previdenciárias.