Decisão da Eletrobras em não renovar as concessões das distribuidoras significa um recuo para o Setor Elétrico e à população brasileira.

Na sexta-feira, 22, os acionistas da Eletrobras, reunidos em Brasília, decidiram devolver as concessões de seis distribuidoras de energia elétrica à União.

As distribuidoras (Ceal, Cepisa, Ceron, Eletroacre, Boa Vista e Amazonas Energia) serão entregues ao capital privado até 31 de dezembro de 2017. A deliberação “empresarial” está seguindo a lógica do mercado, ou seja, garantir o máximo de lucro possível, deixando de lado a função social das empresas.

No mesmo dia, enquanto acontecia a reunião, a categoria eletricitária, com o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), realizaram um ato contra o desmonte do setor elétrico.

Na ocasião, dirigentes sindicais do STIU-DF, destacaram que a energia é um insumo essencial para o desenvolvimento social e econômico e não pode ser entregue numa bandeja como se fosse mercadoria, servindo de instrumento para geração de lucro. Ressaltaram ainda a importância dos programas sociais desenvolvidos pelas estatais, como o Luz Para Todos, que tem por objetivo universalizar o acesso à energia elétrica e a tarifa social que beneficia milhões de brasileiros.

As entidades sindicais defenderam a discussão de um novo modelo para o setor, que não seja baseado numa estrutura comercial. Além disso, visando o papel estratégico do setor elétrico, enfatizaram que a privatização das empresas traz a perda efetiva da soberania sobre o insumo, bem como a piora nos serviços, precarização do trabalho e encarecimento das contas de luz.