Hoje, 12 de abril, o STIU-DF completa 32 anos de história. Quando iniciou a luta em defesa dos direitos da categoria eletricitária em Brasília, no ano de 1984, o país vivia algo semelhante aos dias de hoje, quando os resquícios da ditadura militar ainda estavam à flor da pele. Reivindicações eram reprimidas com cassetete e truculência.

Naquela época, a categoria não aceitava mais as decisões de gabinete nas campanhas salariais. Percebendo a insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras, o Coronel Sampaio, assessor da Presidência da Eletronorte, foi designado presidente do Sinebra, entidade criada pela direção da empresa para representar a categoria. Não deu certo. Durou apenas um ano. Isso porque era o Coronel Sampaio, responsável por fazer a pauta de reivindicações, discuti-la com a direção da empresa e depois apenas informar à categoria. Muito pressionado, renunciou à presidência da entidade.

Inconformados com essa política autoritária, um grupo de trabalhadores e trabalhadoras invadiu uma dessas reuniões da diretoria da empresa e exigiu que a pauta fosse discutida com os trabalhadores. A polícia foi chamada e houve repressão.

“Por muito menos, nos últimos anos, nas greves da CEB, a polícia quis prender dirigentes sindicais e trabalhadores. Isso é inadmissível. Hoje, a gente vê policiais tirando selfies com manifestantes que pedem a volta da ditadura militar e reprimindo manifestantes que defendem a democracia. Um absurdo”, aponta o diretor do STIU-DF, Ernane Alencar, que foi preso e demitido em 1990, durante uma greve. Vários outros trabalhadores foram presos e demitidos.

Para ele, o momento é de lutar por mais direitos e não por retrocesso. “O documento do PMDB, Ponte para o Futuro, é um atentado aos direitos e conquistas dos trabalhadores. Querem golpear a classe trabalhadora com privatizações, arrocho salarial e terceirizações. Isso é inadmissível”, avalia.