A Central Única dos Trabalhadores, a Federação Nacional dos Urbanitários e a Confederação Nacional dos Urbanitários repudiam a tentativa do Governo Dilma em privatizar as distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras: CEPISA (Piauí), CEAL (Alagoas), Manaus Energia (Amazonas), CERON (Rondônia), ELETROACRE (Acre), BOA VISTA ENERGIA (Roraima) e CELG (Goiás), esta última já prevista o leilão para 31/03/2016. Para o movimento sindical trata-se de uma atitude, sobretudo antipatriota, de se curvar ao poder do mercado e entregar um patrimônio público estratégico ao capital transnacional, com o objetivo de fazer caixa em um momento de crise, dando continuidade ao processo iniciado no governo FHC.
Os trabalhadores, o movimento sindical e o movimento social defendem a manutenção dessas empresas como estatais, por isso, ao longo dos últimos 13 anos foram às ruas defender a continuidade do projeto político democrático e popular. As distribuidoras de energia da Eletrobras são ferramentas essenciais para o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais nas regiões Norte, Nordeste e para a população do Estado de Goiás.
Retirar a presença do Estado, representado pelas distribuidoras de energia da Eletrobras, é continuar condenando populações inteiras ao atraso econômico e o aumento da desigualdade social, além de abrir ao capital privado a Amazônia, símbolo maior da nossa soberania.
As distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras cumprem um papel social e estratégico, de levar a energia, e, portanto, manter ocupadas áreas de difícil acesso como áreas fronteiriças e de populações ribeirinhas, na região amazônica, por exemplo, atuando como um “braço” do Estado, tanto para a soberania nacional quanto para a sustentabilidade daquela região.
Os exemplos de privatização do setor elétrico ocorridos no Governo FHC foram trágicos para a sociedade e os trabalhadores. Empresas como Light (RJ), Coelba (BA), Celpa (PA), dentre outras, tiveram suas tarifas elevadas a patamares exorbitantes, trabalhadores especializados foram demitidos em massa, ocorreram terceirizações em todos os níveis gerando a precarização dos serviços, queda na qualidade dos serviços, apagões, demora na reestabelecimento da energia e o deslocamento de consumidores dos seus municípios para outros distantes para resolver os problemas.
A privatização no setor elétrico significa terceirização, precarização, acidentes e mortes de trabalhadores e trabalhadoras. Somente em 2015, ocorreram 12 mortes de terceirizados da Celpa, no Pará.
A FNU, a CNU, a CUT e os sindicatos vão à luta contra a privatização, esclarecendo a população sobre os resultados catastróficos que serão gerados com sua implementação. Não será com a venda do patrimônio público que essa crise será superada. Os trabalhadores têm propostas concretas para melhorar o desempenho das distribuidoras, começando pelo fim da interferência política que cria centenas de cargos comissionados e gerências ineficazes. Portanto, é possível criar uma nova governança, mais eficaz, ética e com diálogo com os trabalhadores.
Por isso exigimos a revogação imediata do Decreto 8449/2015, a suspensão do leilão de privatização da CELG (GO) e a retirada das demais empresas distribuidoras de energia elétrica do PND.
Fonte: http://fnu.org.br/
